São Paulo, sexta-feira, 04 de junho de 2004

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Em BH, prefeitura é invadida

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Um grupo de estudantes invadiu, na tarde de ontem, a Prefeitura de Belo Horizonte para reivindicar passe livre no transporte público. Cinco deles foram parar na Delegacia da Infância e da Juventude, após confronto com integrantes da Guarda Municipal e com servidores públicos.
Um oficial da Polícia Militar lotado no gabinete do prefeito Fernando Pimentel (PT) e um assessor sofreram cortes na cabeça. Foram atingidos por instrumentos de percussão que os estudantes carregavam. O major foi atingido por um pandeiro, o assessor, por um bumbo.
Para a prefeitura, havia "no máximo 40 estudantes" no tumulto. Em nota, informou que o grupo de adolescentes entrou no prédio "sem ter agendado reunião e sem se identificar". Disse que "os jovens tentaram forçar, agressivamente, a entrada no salão nobre da prefeitura", próximo à ante-sala do gabinete do prefeito.
"Abordados por guardas municipais, alguns deles reagiram atirando pedras retiradas de vasos ornamentais do corredor. As pedras causaram ferimentos em funcionários", disse a nota, acrescentando ainda que a prefeitura exigiu a retirada do grupo e protocolou a carta com a reivindicação dos estudantes.
A prefeitura disse que "não compactua com atos de agressão e de vandalismo, como os praticados pelo grupo". Ione Mariano, dirigente da União Colegial de Minas Gerais, disse que os estudantes é que "foram agredidos".
"Fomos recebidos de forma truculenta pela polícia e pela Prefeitura de Belo Horizonte. Achamos que isso é uma atitude covarde, porque estamos aqui como estudantes de Belo Horizonte e região e viemos exigir o passe livre estudantil, que é um direito nosso."
Segundo ela, o grupo foi "pacificamente" à prefeitura. "Só pretendíamos protocolar um pedido de audiência com o prefeito."
O major Marco Antônio Bianquini e o assessor Otílio Prado, com sangramentos na cabeça e no supercílio, respectivamente, foram à delegacia e identificaram os agressores, que prestaram depoimento e foram liberados.
A prefeitura alega que conceder o passe livre faria aumentar a tarifa para os demais usuários.


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