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MÁFIA DA SÉ
Para advogado, autorização da Justiça para que polícia ouça deputado mostra que não há indícios contra ele
Interrogatório é retrocesso, diz defesa de Garib
SÍLVIA CORRÊA
da Reportagem Local
O advogado
do ex-vereador e
deputado estadual Hanna Garib (sem partido) classificou
como "retrocesso" a autorização dada pela Justiça para que ele
seja investigado pela polícia.
Para Alberto Rollo, a atitude evidencia que a Procuradoria Geral e
o Tribunal de Justiça não encontraram nada contra seu cliente no
inquérito que investigou a máfia
da propina na Regional da Sé.
"O caminho correto é polícia,
Ministério Público e Justiça. Esse
caso está andando para trás porque ninguém achou indícios contra o deputado. Todos estão há 90
dias analisando suas contas e nada.
Mas eles têm vergonha de arquivar
o caso e admitir a inocência de
Hanna Garib", disse o advogado.
Garib controlou politicamente a
Sé até o começo deste ano. Durante
as investigações da rede de corrupção na regional, ele foi apontado
por testemunhas e acusados do caso como destinatário da maior
parte da propina arrecadada.
Mas a polícia não pôde ouvi-lo
porque, como deputado, ele tem
imunidade parlamentar -benefício constitucional que restringe a
alguns órgãos o poder de investigar deputados e senadores.
Por esse motivo, o caso foi encaminhado à Procuradoria Geral de
Justiça, que pediu ao TJ que autorizasse o interrogatório. O TJ, então,
determinou que o deputado seja
investigado e ouvido pela polícia.
O interrogatório será conduzido
pelo delegado Romeu Tuma Jr. e
deve ocorrer na próxima semana.
Depois do interrogatório, o inquérito será encaminhado ao procurador-geral Luiz Antônio Marrey, que decidirá se pede ou nãoabertura de processo criminal contra o deputado. Ainda assim, a instauração do processo, que só pode
ser feita pelo TJ, tem que ser autorizada pela Assembléia.
Ontem, o vice-presidente do Tribunal de Justiça, Amador da Cunha Bueno Netto, disse que a autorização para que Garib seja investigado pela polícia não tem relação
com a existência ou não de indícios
contra ele.
Segundo Cunha Bueno, a decisão
foi tomada para que, se o processo
for instaurado, a Justiça já tenha
todos os elementos necessários.
Colaborou
João Carlos Silva, da Reportagem
Local
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