São Paulo, sábado, 04 de setembro de 2004

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Família muda depois de crime

DA REPORTAGEM LOCAL

O medo da violência fez a família do comerciante José Maria de Souza, 61, assassinado em frente à casa dele durante o dia no início do mês passado, mudar de residência dias após o crime.
Até a última quinta-feira, eles não sabiam que o adolescente acusado de ser o autor dos tiros que matou Souza está em liberdade há uma semana.
"A gente só quer se proteger e não acreditamos mais na Justiça. Agora a gente tem de se esconder e ficar quieta para nossa proteção", disse por telefone à Folha a filha do comerciante, que não quis se identificar.
O comerciante de peixes morava havia ao menos 45 anos na avenida Beira Rio, conhecida como rua do Porto, um dos pontos turísticos da cidade. Ele foi morto com quatro tiros na cabeça às 7h, enquanto varria a calçada.
Segundo a polícia, várias pessoas corriam e passavam pelo local e o comércio já estava funcionando. Dois homens, em uma moto, e mais o adolescente se aproximaram de Souza e efetuaram disparos de pistola semi-automática. O comerciante morreu na hora. O motivo do crime ainda não foi esclarecido pela polícia e o adolescente nega ter atirado.
"Eu estava em casa, ouvi os barulhos dos tiros e me assustei. Quando saí na rua vi o meu compadre caído no chão, todo ensangüentado. A mulher dele entrou em choque", contou uma vizinha de Souza, que também não quis se identificar por medo.
A mulher de Souza -que já teve um filho e um sobrinho assassinados em menos de um ano- fechou a peixaria que o casal mantinha havia cerca de 25 anos e foi morar com a filha. A vizinha do comerciante disse que a família ficou muito abalada com o crime. "Ela [mulher de Souza] está a base de calmantes", contou. (FB)


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