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Família muda depois de crime
DA REPORTAGEM LOCAL
O medo da violência fez a família do comerciante José Maria de
Souza, 61, assassinado em frente à
casa dele durante o dia no início
do mês passado, mudar de residência dias após o crime.
Até a última quinta-feira, eles
não sabiam que o adolescente
acusado de ser o autor dos tiros
que matou Souza está em liberdade há uma semana.
"A gente só quer se proteger e
não acreditamos mais na Justiça.
Agora a gente tem de se esconder
e ficar quieta para nossa proteção", disse por telefone à Folha a
filha do comerciante, que não
quis se identificar.
O comerciante de peixes morava havia ao menos 45 anos na avenida Beira Rio, conhecida como
rua do Porto, um dos pontos turísticos da cidade. Ele foi morto
com quatro tiros na cabeça às 7h,
enquanto varria a calçada.
Segundo a polícia, várias pessoas corriam e passavam pelo local e o comércio já estava funcionando. Dois homens, em uma
moto, e mais o adolescente se
aproximaram de Souza e efetuaram disparos de pistola semi-automática. O comerciante morreu
na hora. O motivo do crime ainda
não foi esclarecido pela polícia e o
adolescente nega ter atirado.
"Eu estava em casa, ouvi os barulhos dos tiros e me assustei.
Quando saí na rua vi o meu compadre caído no chão, todo ensangüentado. A mulher dele entrou
em choque", contou uma vizinha
de Souza, que também não quis se
identificar por medo.
A mulher de Souza -que já teve um filho e um sobrinho assassinados em menos de um ano-
fechou a peixaria que o casal mantinha havia cerca de 25 anos e foi
morar com a filha. A vizinha do
comerciante disse que a família ficou muito abalada com o crime.
"Ela [mulher de Souza] está a base
de calmantes", contou.
(FB)
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