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SAÚDE PÚBLICA
Produto teria elemento cancerígeno acima de padrão permitido, que poderia migrar para alimentos gordurosos
Filme de PVC Majipack tem venda proibida
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REDAÇÃO
A venda do filme de PVC Majipack, da empresa Inproco, usado
para embalar alimentos, foi proibida após laudo da Fiocruz apontar a presença de um elemento
cancerígeno acima dos padrões
considerados seguros. Existem
outras marcas de filmes plásticos
que foram testadas e aprovadas.
Em contato direto, o composto
pode migrar para alimentos gordurosos, segundo a OMS, órgão
das Nações Unidas para a saúde.
O comunicado do CVS (Centro
de Vigilância Sanitária) que proíbe a venda do filme determina
ainda o recolhimento e a inutilização de todas unidades do Majipack distribuídas pela empresa
no Estado desde quarta-feira. Segundo o CVS, essa foi a primeira
marca de filmes de PVC vetada
após a análise de qualidade.
O laudo do Instituto Nacional
de Controle de Qualidade em
Saúde informa que o Majipack
tem em sua composição mais de
3% de DI (2 etilhexil) ftalato, limite fixado pela resolução 105 da
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O CVS não informou ontem qual é o percentual
de aditivo no produto.
Procurada, a Inproco, empresa
de Campinas (SP), informou que
suspendeu a venda e já começou a
recolher o produto, mas pretende
apresentar provas de que o filme
cumpre as normas da Anvisa.
A Inproco argumentou ainda
que somente rebobina o filme, fabricado pela Goodyear.
Segundo nota divulgada em
maio pela Anvisa, a ARC (International Agency for Research on
Cancer), órgão ligado à OMS, informa que ainda não há classificação oficial sobre o risco do consumo do aditivo por seres humanos.
A cautela com esses aditivos,
usados para tornar o plástico maleável -são usados inclusive em
brinquedos-, deve-se, segundo
a Anvisa, à compatibilidade molecular entre eles e alimentos com
alto teor de gordura, como queijos e carnes. Devido à essa semelhança, moléculas dos aditivos
poderiam passar do plástico para
a comida.
Em maio, em razão de laudos da
Fiocruz, a agência nacional determinou a realização de inspeções
nas fábricas de filme plástico para
verificar se estava sendo respeitado o limite de 3% dos aditivos.
A gerência de alimentos da
agência também pretende realizar, até dezembro, uma série de
reuniões para definir nova padronização para o uso do filme. Também será pesquisado se há outros
aditivos prejudiciais à saúde.
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