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Mateus, 4, já mudou de colégio quatro vezes
DA REPORTAGEM LOCAL
O conselho da Associação de
Pais e Alunos do Estado de São
Paulo às famílias que estão se esforçando para evitar que os filhos
mudem de escola é procurar se
informar sobre o que exatamente
estão pagando.
"Há muitas escolas dispostas a
negociar, sobretudo as pequenas.
Preço não corresponde à eficiência", diz a presidente da associação, Hebe Tolosa.
Segundo a associação de pais e o
sindicato das escolas, a mobilidade de alunos entre escolas do setor privado aumentou. Crianças
com menos de sete anos, que ainda não chegaram ao ensino fundamental, são as que mais trocam
de escola, pois a transferência não
depende de notas de provas e, geralmente, pode ser feita em qualquer época do ano.
"Meu filho tem quatro anos e já
estudou em quatro escolas diferentes", conta Luciana Lírio Loezer, 26, auxiliar de enfermagem.
Ela conta que o filho, Mateus, estudava em uma escola particular
longe de casa e por isso havia o
gasto com transporte escolar.
Com o orçamento apertado,
Mateus foi para uma escola próxima ao trabalho da mãe, que o levava de carro. Vendido o carro,
Mateus mudou para uma escola
aonde era possível ir a pé.
Pouco tempo depois, com o orçamento mais apertado, a família
faz nova mudança e transferiu o
menino para uma escola com a
mensalidade ainda um pouco
mais baixa.
"Um filho só, duas pessoas trabalhando. Será possível que não
dá para mantê-lo na escola particular?", diz Luciana.
Ela afirma que agora pensa em
mudar o filho para a escola pública, mas que antes vai tentar negociar. "Vou falar com a diretora."
Apesar do desconto oferecido
pela escola, a dona-de-casa Mônica Pinto Guedes, 37, diz que não
teve outra saída além de tirar o filho mais velho da escola particular e matricular os três filhos em
uma escola pública.
"Conversei com a dona da escola e ela fez um desconto pra mim e
para outras mães. Mesmo assim,
não vai dar mais. Estou muito
sentida com isso. Tenho medo
que eles percam com a mudança",
afirma a mãe.
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