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Exército e Correios agora guardam provas do Enem
Esquema de segurança foi reforçado para reduzir risco de nova fraude no exame
Após o Enem, no sábado e no domingo, as provas serão entregues para correção
ao Cespe, ligado à UnB,
e à Fundação Cesgranrio
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para reduzir o risco de nova
fraude, o governo mudou o esquema de segurança do Enem,
que será realizado no fim de semana, e decidiu armazenar as
provas em quartéis do Exército
e unidades dos Correios. O exame, que avalia o ensino médio e
teve 4,1 milhões de inscritos,
serve para o ingresso em instituições públicas e privadas.
A impressão foi feita em uma
gráfica de Barueri (Grande SP),
onde cada prova foi embalada
em plástico e depois agrupada
em malotes, que, por sua vez,
foram postos em contêineres.
Da gráfica, eles foram transportados primeiro para unidades do Exército. Segundo informações do Inep, órgão responsável pela avaliação, e do Exército, as provas que não iriam ficar em São Paulo foram levadas
até o aeroporto de Guarulhos e,
em cada destino, levadas a 63
quartéis e 624 unidades dos
Correios com escolta de militares ou de policiais rodoviários.
Desses locais, as provas só
sairão no sábado, quando os
alunos serão avaliados em ciências humanas e da natureza, e
no domingo, para os exames de
português, matemática e redação. O procedimento busca evitar que as provas sejam guardadas nas casas dos aplicadores
do exame, o que havia acontecido em outubro, quando a segurança cabia a agentes privados.
Após o exame, os Correios
entregarão as provas para que
elas sejam corrigidas pelo Cespe, ligado à UnB (Universidade
de Brasília), e pela Fundação
Cesgranrio. A primeira entidade ficará responsável pela correção de todas as redações.
Originalmente, o Enem seria
aplicado nos dias 3 e 4 de outubro, mas foi cancelado após a
descoberta de vazamento.
O inquérito da Polícia Federal sobre o caso concluiu que
exemplares da avaliação foram
furtados na gráfica por funcionários contratados pelo consórcio que havia vencido a licitação para aplicar o exame.
O novo consórcio, formado
por Cespe e Fundação Cesgranrio, foi contratado sem licitação, emergencialmente.
O MEC defende que não haja
mais concorrência para a aplicação do exame. Nesse caso, o
Cespe ficaria responsável por
ele e poderia buscar ajuda de
outros parceiros. O argumento
é que, por integrar órgão público (a UnB), o Cespe poderia ser
contratado sem licitação.
A proposta encontra resistência nos órgãos de controle.
Marinus Marsico, procurador
do Ministério Público no TCU
(Tribunal de Contas da União),
avisa que, se a contratação for
feita dessa forma, ele deverá
questioná-la, porque o Cespe
não conseguiria dar conta do
Enem todo e teria que subcontratar outra entidade. Dessa
definição depende também a
viabilidade da proposta do
MEC de fazer duas edições do
Enem em 2010.
(ANGELA PINHO)
Colaborou a Reportagem Local
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