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São Paulo, quarta-feira, 05 de fevereiro de 2003

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Volta ao trabalho não foi imediata

DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"

Apesar da conciliação no TRT, às 15h, a volta ao trabalho dos motoristas e cobradores de ônibus não foi imediata. No final da tarde de ontem, só 2.113 veículos estavam rodando -ou seja, 22% da frota paulistana. Apenas três dos 14 terminais da capital paulista também funcionavam às 19h.
No começo da noite, passageiros, em protesto por causa do fechamento do terminal de ônibus do Parque Dom Pedro, na região central, atearam fogo em entulhos nas proximidades do local.
Ontem de manhã, mais 16 ônibus foram danificados por grevistas, totalizando 111 nos dois dias de paralisação, segundo a SPTrans (São Paulo Transporte) -esse número envolve os veículos com pneus furados e vidros quebrados, por exemplo.
A cidade de São Paulo voltou a registrar recorde de congestionamento deste ano pela manhã: foram 98 km de filas, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Depois da greve, no pico da tarde, foram 87 km de lentidão, às 19h. Anteontem, a capital paulista já havia registrado engarrafamento recorde em 2003 no período da manhã: 95 km.
O rodízio municipal de veículos e as regras do cartão zona azul estiveram suspensos ontem, pelo segundo dia consecutivo.

Pedra
A empregada doméstica Marleide Rosa de Jesus, 35, conseguiu pegar um ônibus ontem, mas a "sorte" foi passageira. Às 8h, um grupo de cinco grevistas fez um cerco ao ônibus em que ela estava, da linha Jardim Pirajá-Hospital das Clínicas, da viação Paratodos, e atirou pedras na tentativa de intimidar os ocupantes dos veículos que não participavam da greve.
Uma delas acertou em cheio a cabeça de Marleide. "Tomei cinco pontos na testa", lamentou.
Empregada de uma família do Itaim Bibi (zona oeste), ela pegou esse ônibus por volta das 6h, no Jardim Primavera (zona sul). Às 7h30, quando ele trafegava com 15 passageiros na avenida Ângelo Cristianini, em Cidade Júlia, cinco homens desceram de três carros e ordenaram a parada.
Antes que o veículo encostasse, os homens começaram a chutá-lo e, na sequência, a atacar pedras. "Engatei e fugi", contou o motorista, que levou Marleide ao Hospital Artur Saboya. Até ontem, ninguém havia sido preso por causa dessa ação.


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