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Volta ao trabalho não foi imediata
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
Apesar da conciliação no TRT,
às 15h, a volta ao trabalho dos motoristas e cobradores de ônibus
não foi imediata. No final da tarde
de ontem, só 2.113 veículos estavam rodando -ou seja, 22% da
frota paulistana. Apenas três dos
14 terminais da capital paulista
também funcionavam às 19h.
No começo da noite, passageiros, em protesto por causa do fechamento do terminal de ônibus
do Parque Dom Pedro, na região
central, atearam fogo em entulhos
nas proximidades do local.
Ontem de manhã, mais 16 ônibus foram danificados por grevistas, totalizando 111 nos dois dias
de paralisação, segundo a
SPTrans (São Paulo Transporte)
-esse número envolve os veículos com pneus furados e vidros
quebrados, por exemplo.
A cidade de São Paulo voltou a
registrar recorde de congestionamento deste ano pela manhã: foram 98 km de filas, segundo a
CET (Companhia de Engenharia
de Tráfego). Depois da greve, no
pico da tarde, foram 87 km de lentidão, às 19h. Anteontem, a capital
paulista já havia registrado engarrafamento recorde em 2003 no
período da manhã: 95 km.
O rodízio municipal de veículos
e as regras do cartão zona azul estiveram suspensos ontem, pelo
segundo dia consecutivo.
Pedra
A empregada doméstica Marleide Rosa de Jesus, 35, conseguiu
pegar um ônibus ontem, mas a
"sorte" foi passageira. Às 8h, um
grupo de cinco grevistas fez um
cerco ao ônibus em que ela estava,
da linha Jardim Pirajá-Hospital
das Clínicas, da viação Paratodos,
e atirou pedras na tentativa de intimidar os ocupantes dos veículos
que não participavam da greve.
Uma delas acertou em cheio a
cabeça de Marleide. "Tomei cinco
pontos na testa", lamentou.
Empregada de uma família do
Itaim Bibi (zona oeste), ela pegou
esse ônibus por volta das 6h, no
Jardim Primavera (zona sul). Às
7h30, quando ele trafegava com
15 passageiros na avenida Ângelo
Cristianini, em Cidade Júlia, cinco
homens desceram de três carros e
ordenaram a parada.
Antes que o veículo encostasse,
os homens começaram a chutá-lo
e, na sequência, a atacar pedras.
"Engatei e fugi", contou o motorista, que levou Marleide ao Hospital Artur Saboya. Até ontem,
ninguém havia sido preso por
causa dessa ação.
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