São Paulo, sexta-feira, 05 de março de 2004

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Homossexual festeja; arcebispo critica

ISABELLE MOREIRA LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL

"É bárbaro." Foi assim que um empresário homossexual paulistano, de 30 anos, reagiu ontem ao saber da decisão da Justiça do Rio Grande do Sul, que permite aos casais gays oficializar a união em cartórios. Ele mora com seu namorado há dois anos, mas não pensa em oficializar sua situação. "É um grande passo que tem de ser muito bem pensado, como um casamento heterossexual."
O namorado, de 35 anos, concorda. "Acho que é uma vitória, mas para mim não é necessário."
Para Ivair Alves dos Santos, secretário-executivo do Conselho Nacional de Combate à Discriminação (órgão do Ministério da Justiça), união entre homossexuais é "uma "conseqüência da luta de gays e travestis".
Designado pela CNBB para comentar o assunto, o arcebispo de Botucatu, dom Aloysio José Leal Penna, 70, afirmou que a união formal de homossexuais "não é normal". "Esses casamentos de homossexuais, para nós, são contra o plano de Deus", afirma.
O bispo da Diocese Anglicana de São Paulo, Hiroshi Ito, 64, acredita que a união civil é "extremamente importante" para garantir os direitos dos parceiros. Mas diz ser contra o casamento religioso para os homossexuais.
O presidente do rabinato da Congregação Israelita Paulista, Henry Sobel, também é favorável a decisão, desde que a união seja apenas civil, e não religiosa.


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