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HABITAÇÃO
Invasores recusaram proposta
USP deve fazer hoje
reintegração de área
MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local
Os invasores do terreno da USP
na avenida São Remo não aceitaram nova proposta da universidade para deixar o local e está prevista para hoje às 9h a reintegração de
posse da área.
Segundo o prefeito do campus,
professor Gil da Costa Marques, a
USP tentaria reintegrar a área ontem, caso as 136 famílias invasoras
recusassem os termos do "acordo"
discutido em reunião com líderes
dos sem-teto na universidade.
Entretanto, o tenente-coronel
José Francisco Giannoni, do 16º
Batalhão, que participou da reunião da USP, disse que a PM só
voltaria ao local hoje às 9h.
"O nosso prazo é 9h de amanhã
(hoje). Não vamos tomar nenhuma atitude precipitada. A PM vai
apoiar a ação da Justiça. Se os invasores resistirem e baterem no
oficial, por exemplo, acionaremos
o Choque, que tem pessoal especializado", disse o coronel.
A USP propôs aos sem-teto que
fosse dada continuidade ao cadastramento das famílias na CDHU,
abrigar "cinco ou seis" famílias
que não teriam para onde ir em algum ponto do campus, um depósito (também dentro da universidade) para guardar o material usado para construir os barracos e
que os invasores começassem a
deixar a área até as 9h de hoje.
O proposta foi recusada em uma
reunião entre os moradores ontem à tarde. "É todo mundo ou
ninguém", diziam os invasores.
Segundo Sônia Maria Gonçalves
de Jesus, 38, uma líder dos invasores, sem-teto que iriam trabalhar
hoje seriam convocados à noite
para resistir.
A USP afirmou que quer desapropriar também outras casas na
quadra onde ocorreu a invasão para a construção da extensão do
Hospital Universitário.
Maria de Lourdes Fatorelli, 54,
que mora desde 1960 num sobrado
na rua Sebastião Eugênio de Camargo que a USP pretende desapropriar, diz que o dinheiro oferecido como indenização é pouco.
"Não dava para comprar dois metros de corda para se enforcar."
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