São Paulo, quarta-feira, 05 de abril de 2000


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POLÍCIA
Mulher é vista por funcionários furtando chocolates importados, é perseguida na rua e presa; ela nega a acusação
Advogada é presa ao furtar chocolates

CAMILA TOSELLO
ANTONINA LEMOS
da Reportagem Local

A advogada Célia Santos Simioni, 45, foi presa ontem acusada de furto no supermercado Pão de Açúcar da avenida Angélica, Higienópolis (região central), um dos bairros nobres da cidade.
Segundo funcionários, Célia, que é cliente da loja, tentou furtar chocolates importados, chegou a colocá-los na bolsa, mas foi detida pela polícia.
O crime causou surpresa entre policiais e funcionários da loja por causa do perfil de Célia. De classe média alta, ela chegou ao supermercado dirigindo um Mitsubishi importado preto.
Célia foi indiciada por tentativa de furto, de acordo com o boletim de ocorrência, feito no 4º DP (Centro). Ela foi levada para o 89º DP (Portal do Morumbi), onde está presa em uma cela especial, por ter curso universitário.
A tentativa de furto foi testemunhada por duas funcionárias do Pão de Açúcar, que disseram ter visto a acusada colocando os chocolates importados na bolsa.
As mesmas funcionárias abordaram Célia no estacionamento do supermercado.
Ela fugiu a pé pela avenida Angélica e foi perseguida por policiais militares que passavam pelo local no momento.
Para tentar escapar, a advogada entrou em uma ótica, tirou a blusa que usava por cima de uma camiseta e os óculos escuros e prendeu o cabelo. Mas, ao sair, foi identificada por testemunhas e abordada pelos policiais.
Os policiais do GER (Grupo Especial de Resgate) encontraram com ela duas caixas de torrones espanhóis e quatro caixas de bombons alemães.
Célia foi para a delegacia em seu próprio carro, que foi dirigido por um dos policiais. Segundo eles, ela aparentava calma. Ao depor, Célia continuou mantendo a aparência de tranquilidade. A advogada negou o crime. Segundo policiais que não se identificaram, ela disse que é cliente do Pão de Açúcar há dez anos e tinha raiva do supermercado por não ter conseguido fazer a troca de um produto.

Sala aberta
Célia prestou depoimento em uma sala da delegacia que fica ao lado da sala de espera de atendimento e é aberta. Os outros acusados que chegavam ao local eram levados para outras salas, protegidas por uma porta de ferro.
Segundo a polícia, Célia ficou na sala aberta por não apresentar riscos às testemunhas.
De acordo com testemunhas que a viram entrar no supermercado, ela permaneceu no local cerca de 15 minutos.
Os funcionários da loja afirmaram que Célia é cliente assídua do Pão de Açúcar. Ela geralmente ia sozinha e parava seu carro no estacionamento da loja. De acordo com os funcionários, ela não dá gorjetas e é arrogante.
A advogada é mãe de três filhas, com idades entre 8 e 17 anos . As garotas estudam no Colégio Sion, um dos mais tradicionais de São Paulo. Ela é casada com o comerciante Paulo Simioni, que, de acordo com o advogado de Célia, trabalha com compra e venda de carros. Apesar de ser formada em direito e ter a carteira da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Célia não trabalha.
A família mora em um apartamento de quatro quartos e três vagas na garagem em um prédio de luxo no Paraíso (zona sudoeste). No edifício onde mora, a advogada é considerada pessoa simpática e séria, que nunca causou problemas aos moradores. Segundo a assessoria de imprensa do Pão de Açúcar, a unidade da avenida Angélica raramente registra furtos em suas dependências.



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