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POLÍCIA
Mulher é vista por funcionários furtando chocolates importados, é perseguida na rua e presa; ela nega a acusação
Advogada é presa ao furtar chocolates
CAMILA TOSELLO
ANTONINA LEMOS
da Reportagem Local
A advogada Célia Santos Simioni, 45, foi presa ontem acusada de
furto no supermercado Pão de
Açúcar da avenida Angélica, Higienópolis (região central), um
dos bairros nobres da cidade.
Segundo funcionários, Célia,
que é cliente da loja, tentou furtar
chocolates importados, chegou a
colocá-los na bolsa, mas foi detida
pela polícia.
O crime causou surpresa entre
policiais e funcionários da loja
por causa do perfil de Célia. De
classe média alta, ela chegou ao
supermercado dirigindo um Mitsubishi importado preto.
Célia foi indiciada por tentativa
de furto, de acordo com o boletim
de ocorrência, feito no 4º DP
(Centro). Ela foi levada para o 89º
DP (Portal do Morumbi), onde
está presa em uma cela especial,
por ter curso universitário.
A tentativa de furto foi testemunhada por duas funcionárias do
Pão de Açúcar, que disseram ter
visto a acusada colocando os chocolates importados na bolsa.
As mesmas funcionárias abordaram Célia no estacionamento
do supermercado.
Ela fugiu a pé pela avenida Angélica e foi perseguida por policiais militares que passavam pelo
local no momento.
Para tentar escapar, a advogada
entrou em uma ótica, tirou a blusa
que usava por cima de uma camiseta e os óculos escuros e prendeu
o cabelo. Mas, ao sair, foi identificada por testemunhas e abordada
pelos policiais.
Os policiais do GER (Grupo Especial de Resgate) encontraram
com ela duas caixas de torrones
espanhóis e quatro caixas de
bombons alemães.
Célia foi para a delegacia em seu
próprio carro, que foi dirigido por
um dos policiais. Segundo eles, ela
aparentava calma. Ao depor, Célia continuou mantendo a aparência de tranquilidade. A advogada negou o crime. Segundo policiais que não se identificaram,
ela disse que é cliente do Pão de
Açúcar há dez anos e tinha raiva
do supermercado por não ter
conseguido fazer a troca de um
produto.
Sala aberta
Célia prestou depoimento em
uma sala da delegacia que fica ao
lado da sala de espera de atendimento e é aberta. Os outros acusados que chegavam ao local eram
levados para outras salas, protegidas por uma porta de ferro.
Segundo a polícia, Célia ficou na
sala aberta por não apresentar riscos às testemunhas.
De acordo com testemunhas
que a viram entrar no supermercado, ela permaneceu no local
cerca de 15 minutos.
Os funcionários da loja afirmaram que Célia é cliente assídua do
Pão de Açúcar. Ela geralmente ia
sozinha e parava seu carro no estacionamento da loja. De acordo
com os funcionários, ela não dá
gorjetas e é arrogante.
A advogada é mãe de três filhas,
com idades entre 8 e 17 anos . As
garotas estudam no Colégio Sion,
um dos mais tradicionais de São
Paulo. Ela é casada com o comerciante Paulo Simioni, que, de
acordo com o advogado de Célia,
trabalha com compra e venda de
carros. Apesar de ser formada em
direito e ter a carteira da OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil), Célia não trabalha.
A família mora em um apartamento de quatro quartos e três vagas na garagem em um prédio de
luxo no Paraíso (zona sudoeste).
No edifício onde mora, a advogada é considerada pessoa simpática e séria, que nunca causou problemas aos moradores. Segundo a
assessoria de imprensa do Pão de
Açúcar, a unidade da avenida Angélica raramente registra furtos
em suas dependências.
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