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MEIO AMBIENTE
Pelo segundo dia consecutivo, apareceram sardinhas mortas nas praias da Ilha do Governador, no Rio
Peixes mortos chegam a 50 toneladas
da Sucursal do Rio
Trinta toneladas de sardinhas
mortas apareceram na manhã de
ontem nas praias da Ilha do Governador, zona norte do Rio.
Foi o segundo dia consecutivo
de mortandade desse tipo de peixe na região. No total, foram contabilizadas 50 toneladas.
Garis passaram o dia ontem nas
praias da Ilha recolhendo os peixes mortos. Na segunda-feira, foram retiradas 13 toneladas nas
praias do Galeão e São Bento e 7
toneladas na praia da Bica.
Ontem, a limpeza continuava e
a previsão era de que os trabalhos
se estendessem até por volta de
20h .
Hipóteses
Para o presidente da Feema
(Fundação Estadual de Engenharia em Meio Ambiente), Axel
Grael, há pelo menos três possibilidades para a causa da mortandade de peixes.
A mais provável, segundo ele, é
a pesca predatória. "Os pescadores da região pescam a sardinha e,
depois de recolhido o pescado,
percebem que o tamanho é inferior ao que pode ser comercializado, jogando os peixes de volta na
água."
"Quanto à contaminação da
água por algum produto químico
despejado por indústrias da região, somente as análises da água
e dos peixes poderão confirmar a
hipótese", informou Grael. O resultado das análises, que serão
realizadas por técnicos da Feema,
deverão sair em três dias.
A Secretaria Municipal de Meio
Ambiente também recolheu
amostras da água e dos peixes da
praias da Ilha do Governador. O
resultado deve sair na sexta-feira.
Chuvas
Outra suposta causa levantada
pelos técnicos seria a diminuição
da taxa de salinidade da água.
Com as fortes chuvas do fim-de-semana, o nível de sal na água
diminuiu, levando, provavelmente, à morte dos peixes.
"Essa espécie de sardinha se
concentra, principalmente, na foz
dos rios. Com a chuva, o nível da
água doce aumentou, baixando a
quantidade de sal nessas áreas",
explicou Grael.
As duas primeiras hipóteses
também são defendidas pelo biólogo Mário Moscatelli, ex-gerente
de recursos naturais da lagoa Rodrigo de Freitas, que esteve nas
praias onde apareceram os peixes
mortos.
Esgoto
Moscatelli e Grael descartam a
possibilidade de a mortandade
dos peixes ter sido causada por
despejo de esgoto.
"Sempre houve despejo naquela área. Além do mais, as praias
são muito diferentes da lagoa Rodrigo de Freitas, onde a troca de
água é muito pequena. As marés
proporcionam a constante troca
de água nas praias, espalhando o
esgoto", explicou o presidente da
Feema.
No dia 5 de março, uma grande
quantidade de peixes mortos apareceu boiando na lagoa Rodrigo
de Freitas.
Foram retiradas, em apenas três
dias, 132 toneladas de peixes e
crustáceos, no que foi considerado o maior desastre ambiental na
lagoa nos últimos sete anos.
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