São Paulo, quarta-feira, 05 de abril de 2000


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MEIO AMBIENTE
Pelo segundo dia consecutivo, apareceram sardinhas mortas nas praias da Ilha do Governador, no Rio
Peixes mortos chegam a 50 toneladas

da Sucursal do Rio

Trinta toneladas de sardinhas mortas apareceram na manhã de ontem nas praias da Ilha do Governador, zona norte do Rio.
Foi o segundo dia consecutivo de mortandade desse tipo de peixe na região. No total, foram contabilizadas 50 toneladas.
Garis passaram o dia ontem nas praias da Ilha recolhendo os peixes mortos. Na segunda-feira, foram retiradas 13 toneladas nas praias do Galeão e São Bento e 7 toneladas na praia da Bica.
Ontem, a limpeza continuava e a previsão era de que os trabalhos se estendessem até por volta de 20h .

Hipóteses
Para o presidente da Feema (Fundação Estadual de Engenharia em Meio Ambiente), Axel Grael, há pelo menos três possibilidades para a causa da mortandade de peixes.
A mais provável, segundo ele, é a pesca predatória. "Os pescadores da região pescam a sardinha e, depois de recolhido o pescado, percebem que o tamanho é inferior ao que pode ser comercializado, jogando os peixes de volta na água."
"Quanto à contaminação da água por algum produto químico despejado por indústrias da região, somente as análises da água e dos peixes poderão confirmar a hipótese", informou Grael. O resultado das análises, que serão realizadas por técnicos da Feema, deverão sair em três dias.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente também recolheu amostras da água e dos peixes da praias da Ilha do Governador. O resultado deve sair na sexta-feira.

Chuvas
Outra suposta causa levantada pelos técnicos seria a diminuição da taxa de salinidade da água.
Com as fortes chuvas do fim-de-semana, o nível de sal na água diminuiu, levando, provavelmente, à morte dos peixes.
"Essa espécie de sardinha se concentra, principalmente, na foz dos rios. Com a chuva, o nível da água doce aumentou, baixando a quantidade de sal nessas áreas", explicou Grael.
As duas primeiras hipóteses também são defendidas pelo biólogo Mário Moscatelli, ex-gerente de recursos naturais da lagoa Rodrigo de Freitas, que esteve nas praias onde apareceram os peixes mortos.

Esgoto
Moscatelli e Grael descartam a possibilidade de a mortandade dos peixes ter sido causada por despejo de esgoto.
"Sempre houve despejo naquela área. Além do mais, as praias são muito diferentes da lagoa Rodrigo de Freitas, onde a troca de água é muito pequena. As marés proporcionam a constante troca de água nas praias, espalhando o esgoto", explicou o presidente da Feema.
No dia 5 de março, uma grande quantidade de peixes mortos apareceu boiando na lagoa Rodrigo de Freitas.
Foram retiradas, em apenas três dias, 132 toneladas de peixes e crustáceos, no que foi considerado o maior desastre ambiental na lagoa nos últimos sete anos.


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