DA AGÊNCIA FOLHA, EM CATAGUASES

A reunião entre a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) e os governadores Aécio Neves (MG) e Rosinha Matheus (RJ) foi marcada por cutucadas, mas serviu para que, aparentemente, as arestas fossem aparadas. Havia ranço político na relação entre Minas Gerais e o Rio de Janeiro, principalmente após os fluminenses terem feito críticas à "inoperância" dos órgãos ambientais mineiros nas ações posteriores ao acidente.
Ao fim da reunião, Aécio disse: "O importante é o sinal que a governadora do Rio dá de que está havendo grande cooperação. Cabe a cada um de nós assumir, como temos feito, sua responsabilidade, enfrentar a situação com clareza, coragem e eficiência".
Rosinha, vestindo um colete da Defesa Civil, transigiu: "Quero agradecer muito ao governo de Minas pela cooperação, pelo entendimento, por entender o sufoco que o Rio vem sofrendo".
Ao chegar à Prefeitura de Cataguases, Rosinha afirmou que estava ali para pedir ao colega mineiro uma solução, já que o foco do problema está em Minas Gerais.
Durante a reunião, Aécio deu duas cutucadas na colega, afirmando que deveria ser tirado daquele encontro "um grande exemplo de que é muito importante, em questões como essa, a conversa e a busca do aconselhamento técnico para que a medida tomada seja a adequada, não apenas a primeira idéia surgida".
A ministra também cutucou. Disse que os problemas são de todos, não de apenas um, embora tenha afirmado que é preciso "verificar se houve falha do sistema em relação ao que ocorreu", inclusive dos órgãos federais.
Aécio, então, concluiu: "Vejo que nesse instante há convergência do ponto de vista das ações a serem implementadas, porque de nada adianta, e repito a ministra Marina, acharmos que o crime é dessa ou daquela natureza, de âmbito federal ou estadual".
Ele propôs uma ação conjunta permanente entre os dois Estados nessa área. Rosinha respondeu afirmativamente com a cabeça.
Ao final, a prefeita Maria Lúcia Mendonça (PFL) deu presentes para os três, e o vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Conde, em entrevista, voltou a dizer que "Minas não tem emergência nem plantão" ambiental, situação já reconhecida pelo secretário mineiro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, que prometeu corrigi-la. Nem por isso Aécio deixou de elogiá-lo na reunião. (PAULO PEIXOTO)


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