DA SUCURSAL DO RIO

A Prefeitura de Campos, uma das cidades afetadas pelo vazamento de substâncias tóxicas em Cataguases (RJ), decretou estado de emergência por 72 horas. O prefeito Arnaldo Vianna informou que, se a contaminação nos rios Pomba e Paraíba do Sul se agravar, poderá decretar estado de calamidade pública na próxima terça-feira.
O município, o maior do norte fluminense, é um dos oito que tiveram o abastecimento de água interrompido desde o acidente.
Anteontem à noite, as substâncias tóxicas chegaram à foz do rio Paraíba do Sul, afetando a praia da Atafona, em São João da Barra. e ontem já se espalhavam para outras praias do município. Por determinação da prefeitura, 21 praias da cidade foram interditadas como medida de precaução.
O Ministério Público Federal, em Campos, instaurou inquérito para apurar a prática de crime ambiental pelo desabastecimento de água na cidade.
Ontem, a Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) divulgou um balanço dos prejuízos provocados pelo acidente. Segundo o estudo, 21% das empresas dos municípios do norte e noroeste fluminense atingidos pelo vazamento estão paradas. O prejuízo seria de R$ 29 mil por dia.
A suspensão da produção foi determinada pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Pesca e Desenvolvimento do Interior. O órgão determinou a interdição de todas as agroindústrias fiscalizadas pelo Serviço de Inspeção Estadual e que se abastecem da água dos rios contaminados.
Ontem, pequenos agricultores, pecuaristas e pescadores começaram a ser cadastrados para receber a ajuda prometida pelo governo federal, enquanto estiverem impedidos de trabalhar.

Tradição
O acidente ecológico fez com que a diocese de Campos abrisse mão de uma das mais importantes tradições católicas.
Anteontem, o bispo dom Roberto Gomes Guimarães disse que, por causa da contaminação da água dos rios e, consequentemente, dos peixes, os fiéis católicos estão liberados da abstinência de carne durante a Semana Santa.


Texto Anterior: Cutucadas marcam encontro entre políticos
Próximo Texto: Letras jurídicas: Mínimo é menos que o mínimo
Índice