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Casal troca Paris por uma "vida com mais sol" e abre boutique para crianças
DA REVISTA DA FOLHA
Michael, 38, está aqui há
dois anos. Fala um português difícil. Tem fisionomia
de gringo. Mas não se acha
estrangeiro.
"São Paulo é de imigrantes. Meus amigos são netos
de italianos, portugueses,
africanos. Viemos de fora para formar este lugar", conta
ele, que chegou com a mulher Marike, 42, e a filha Penélope, 5.
Filha de uma francesa radicada no Brasil há 20 anos,
São Paulo era o local das férias de Marike.
Até que, aos 40, ela decidiu
por "uma vida com um pouco mais de sol" e trocou o
endereço ao lado do Louvre
por uma casa no Jardim
Paulistano.
Penélope, matriculada em
escola brasileira, tem o melhor português da família. E
o casal não sente tanta diferença em relação à vida parisiense. "São Paulo é mais parecida com a Europa do que
se pensa", diz Michael.
Exceto por um pormenor:
a elegância no vestir os pequenos.
Elegância no crediário
De olho no nicho, trouxeram a grife infantil Boinpoint para cá, onde um casaquinho pode custar até R$ 3.000.
"O brasileiro não tem a
cultura de vestir bem a
criança. A roupa preferida é
o moletom", avalia Michael.
"Na França, nunca se é jovem demais para aprender a
ter bom gosto."
A mudança é gradual. "Paris não foi feita ontem. Vamos viver um processo, mas
que vai sofisticar o brasileiro." Um requinte colorido e
parcelado.
Marike aprendeu duas
coisas nos negócios à brasileira: roupa cinza e marrom
não chama a atenção por
aqui e, por mais dinheiro que
se tenha, sempre vale a pena
pagar em suaves prestações.
"Essa mania eu peguei. Parcelo tudo."
(OCIMARA BALMANT)
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