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RACISMO
Justiça arquiva processo movido contra revista
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
A Justiça de Campinas determinou o arquivamento do processo
criminal que os responsáveis pela
editora Sama Multimídia Educação e Arte, que publica a revista
anual "Humanus", respondiam
por uma acusação de racismo. O
processo foi arquivado com base
em um parecer do Ministério Público Estadual, que entendeu não
haver indícios suficientes que
comprovassem prática de crime
de discriminação.
A acusação contra a editora de
Campinas foi feita pelo estudante
de direito José Fernando Steinberg, em fevereiro de 2001.
Na época, o estudante disse ter
se sentido ofendido ao ver o cartaz de divulgação da publicação,
que continha uma reportagem
abordando comparações entre o
sionismo e o nazismo.
O cartaz continha uma imagem
de um rosto humano dividido:
uma parte com a foto do líder nazista Adolf Hitler (1889-1945) e a
outra com a foto físico alemão Albert Einstein (1879-1955), de origem judaica.
O nazismo é uma corrente de
extrema-direita que incitava a
pretensa superioridade da raça
ariana e que resultou na morte de
milhares de judeus durante a Segunda Guerra (1939-1945).
O sionismo é um movimento
nacionalista judaico iniciado no
século 19, que culminou, em 1948,
na criação do Estado de Israel.
Os responsáveis pela editora
chegaram a ser indiciados pela
Polícia Civil, que abriu inquérito
em 2001. A promotora Marcela
Scanavini Bianchini, em seu parecer, entendeu não haver crime e
pediu o arquivamento do caso. A
juíza da 1ª Vara Criminal Patrícia
Pae Kim determinou o arquivamento no último dia 30 de abril.
Bianchini embasou o pedido de
arquivamento afirmando que a
reportagem, com o título "Sionismo e nazismo: a semelhança dos
opostos", trazia elementos que
"representam a opinião dos autores do artigo mediante a análise
dos fatos históricos".
David Mário de Comedi, 42, do
conselho editorial da "Humanus", afirmou que o processo
trouxe danos morais. O estudante
autor da denúncia preferiu não
comentar a decisão da Justiça.
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