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CAMPINAS
Inquérito do comando da força na cidade investigou uma operação com 13 soldados que resultou em duas mortes
PM aponta indício de crime em ação policial
DIOGO PINHEIRO
DA FOLHA CAMPINAS
O Inquérito Policial Militar concluído anteontem pelo comando
da Polícia Militar de Campinas
apontou indícios de homicídio na
ação de 13 soldados da Rotac
(Rondas Táticas de Campinas)
que resultou na morte de dois rapazes, no último dia 6, no Jardim
Anchieta, periferia da cidade.
Moradores do bairro e familiares de Willian Douglas Santos, 20,
e Fabrício Francisco da Conceição, 24, acusam os policiais de terem matado os rapazes dentro
dos carros da PM. Os policiais,
que não tiveram seus nomes divulgados, afirmam que só atiraram após terem sido baleados pelas vítimas, ao atenderem a uma
ocorrência de tráfico de drogas.
O IPM será apreciado pela corregedoria da corporação e encaminhado ao Tribunal de Justiça
Militar, além da Polícia Civil, que
também apura o caso. O Ministério Público Estadual acompanha
as investigações.
Os 13 PMs ficaram detidos por
dez dias no Presídio Militar Romão Gomes, em São Paulo, e foram liberados há duas semanas.
"Durante as investigações não
houve fatos que apresentassem a
necessidade da prisão preventiva
dos policiais. Por isso, eles serão
remanejados para serviços administrativos, enquanto não acontece o julgamento", afirmou o coronel Reynaldo Pinheiro Silva, comandante do CPI-2 (Comando
da Polícia Militar do Interior).
Ainda de acordo com o comandante, o IPM não apontou se os
homicídios foram dolosos (com
intenção de matar), culposos ou
se aconteceram em legítima defesa. "A conclusão do IPM tomou
como base os depoimentos dos
moradores do bairro, da família e
também dos policiais", afirmou.
Após a análise da corregedoria,
o comando da PM poderá instaurar um procedimento administrativo que poderá resultar na expulsão dos PMs, segundo a assessoria de imprensa da corporação.
O delegado do 2º Distrito Policial de Campinas, responsável pelo inquérito civil, Álvaro Santucci
Noventa Júnior, afirmou que ainda não tinha conhecimento da
conclusão do IPM. Hoje, ele vai
ouvir o depoimento de mais quatro PMs.
O laudo do IML (Instituto Médico Legal) sobre as mortes apontou que dois dos sete tiros que
atingiram as vítimas foram disparados à curta distância. Um tiro
nessas condições pode ter sido
disparado a uma distância que varia de centímetros a até um metro
e meio da vítima, segundo o chefe
do IML de Campinas, Ivan de Mello Pompeo Piza.
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