São Paulo, Sábado, 05 de Junho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

JUSTIÇA
Órgão quer baixar tempo de processos
Criado 1º juizado do consumidor no país

RUBENS VALENTE
da Agência Folha, em Campo Grande

Entrou em funcionamento nesta semana em Campo Grande (MS) o primeiro juizado especial do consumidor no país, que pretende baixar o tempo médio de andamento dos processos de quatro meses, como ocorre agora, para 30 dias.
O juizado vai funcionar no mesmo prédio do Procon (Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor), da Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania, da Defensoria e da Promotoria públicas.
A parte que não concordar com um acordo prévio no Procon em torno de uma queixa na área do consumidor poderá, imediatamente, abrir um processo judicial.
O juiz titular do novo juizado, Ruy Celso Florence, disse que aproximadamente 70% dos 7.000 processos em andamento nos juizados especiais de pequenas causas de Campo Grande se referem a reclamações de consumidores contra empresas.
A criação do juizado vai desafogar os cinco juizados especiais na área cível.
Para serem aceitas no novo juizado, as causas devem ter um valor máximo de 20 salários mínimos.
A idéia é atender principalmente as queixas contra cobranças indevidas de água, energia elétrica e telefone e compra de eletrodomésticos. As causas com valores acima disso continuam sendo recebidas pelos juizados normais.
"O novo juizado é parte de um processo de conscientização dos fornecedores de produtos que não estão acostumados a dar respostas satisfatórias às reclamações de seus clientes", disse o juiz.
Segundo ele estima, 80% dos processos na área resultam em condenações dos fornecedores de produtos e serviços.
O secretário de Justiça e Cidadania do MS, Celso Philbois, disse que a experiência é pioneira no país e já está sendo estudada a criação de um segundo juizado na região da Grande Dourados.
Das cerca de mil reclamações que o Procon recebe mensalmente, aproximadamente 300 acabam sem a realização de um acordo.




Texto Anterior: Presos acusados de matar aposentada
Próximo Texto: Sociedades elegem seus bodes expiatórios
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.