São Paulo, Segunda-feira, 05 de Julho de 1999
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MOVIMENTO ESTUDANTIL
Eleição da nova diretoria da entidade também é adiada
Congresso da UNE deixa de votar questões polêmicas

CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

A plenária do 46º Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes), no ginásio do Mineirinho, em Belo Horizonte (MG), não conseguiu votar ontem à tarde as propostas mais polêmicas.
Ficou decidido que, à noite, seriam feitas, ao mesmo tempo, a eleição para a nova diretoria da entidade e a votação para decidir se as próximas eleições serão diretas ou continuarão sendo feitas em congresso.
Pelo menos três chapas disputariam a eleição e a favorita era a Refazendo, apoiada pelo PC do B e encabeçada pelo estudante de medicina Wadson Ribeiro, de Juiz de Fora (MG).
Há oito anos, o PC do B não perde uma eleição na UNE.
Os delegados que participam do congresso são escolhidos em eleições pelos estudantes de cursos universitários em todo o país.
No início da tarde, havia sido decidido que os cerca de 3.000 delegados credenciados no congresso votariam separadamente sobre a realização de eleições diretas, a unificação da carteira da UNE com a de organismos internacionais ligados aos estudantes e o envio de representante para o Conselho Nacional de Educação.
Porém, a Refazendo, apoiada pelo atual presidente, Ricardo Cappelli, retirou as propostas apresentadas aos dois últimos temas, dando vitória à oposição, que defendia o fim da unificação entre a carteira da UNE e a de organismos internacionais e não queria a escolha de representante no Conselho Nacional de Educação.
A desistência por parte do PC do B foi comemorada como uma vitória pela oposição.
"É a primeira vez, em dez anos, que o PC do B perde alguma votação", disse Anderson Pires, candidato a presidente pela chapa "Mudança", apoiada pela Articulação Unidade na Luta (tendência petista).
"Não houve vitória nem derrota. Foi W.O. (sigla utilizada no esporte quando um time vence devido à ausência do adversário). Retiramos as propostas, porque, senão, atrasaria a eleição da nova diretoria", declarou Cappelli.
Anteontem, a plenária aprovou, por votação do plenário com levantamento de crachás, que a diretoria da UNE continua sendo composta proporcionalmente pela votação das chapas concorrentes e que se mantém o cargo de presidente, mesmo se a eleição direta para a entidade for aprovada.


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