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MOVIMENTO ESTUDANTIL
Eleição da nova diretoria da entidade também é adiada
Congresso da UNE deixa de
votar questões polêmicas
CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
A plenária do 46º Congresso da
UNE (União Nacional dos Estudantes), no ginásio do Mineirinho,
em Belo Horizonte (MG), não conseguiu votar ontem à tarde as propostas mais polêmicas.
Ficou decidido que, à noite, seriam feitas, ao mesmo tempo, a
eleição para a nova diretoria da entidade e a votação para decidir se
as próximas eleições serão diretas
ou continuarão sendo feitas em
congresso.
Pelo menos três chapas disputariam a eleição e a favorita era a Refazendo, apoiada pelo PC do B e
encabeçada pelo estudante de medicina Wadson Ribeiro, de Juiz de
Fora (MG).
Há oito anos, o PC do B não perde uma eleição na UNE.
Os delegados que participam do
congresso são escolhidos em eleições pelos estudantes de cursos
universitários em todo o país.
No início da tarde, havia sido decidido que os cerca de 3.000 delegados credenciados no congresso
votariam separadamente sobre a
realização de eleições diretas, a
unificação da carteira da UNE com
a de organismos internacionais ligados aos estudantes e o envio de
representante para o Conselho Nacional de Educação.
Porém, a Refazendo, apoiada pelo atual presidente, Ricardo Cappelli, retirou as propostas apresentadas aos dois últimos temas, dando vitória à oposição, que defendia
o fim da unificação entre a carteira
da UNE e a de organismos internacionais e não queria a escolha de
representante no Conselho Nacional de Educação.
A desistência por parte do PC do
B foi comemorada como uma vitória pela oposição.
"É a primeira vez, em dez anos,
que o PC do B perde alguma votação", disse Anderson Pires, candidato a presidente pela chapa "Mudança", apoiada pela Articulação
Unidade na Luta (tendência petista).
"Não houve vitória nem derrota.
Foi W.O. (sigla utilizada no esporte quando um time vence devido à
ausência do adversário). Retiramos as propostas, porque, senão,
atrasaria a eleição da nova diretoria", declarou Cappelli.
Anteontem, a plenária aprovou,
por votação do plenário com levantamento de crachás, que a diretoria da UNE continua sendo composta proporcionalmente pela votação das chapas concorrentes e
que se mantém o cargo de presidente, mesmo se a eleição direta
para a entidade for aprovada.
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