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São Paulo, terça-feira, 05 de agosto de 2003

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Acidente em Cataguases afetou represas

DAS REGIONAIS, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

Dentre os motivos que deixaram as represas do Paraíba do Sul com nível baixo está o vazamento de resíduos de fabricação de papel ocorrido em março em Cataguases (MG), que consumiu cerca de 4% do total da capacidade de armazenamento de água da bacia, para a limpeza do trecho atingido -volume que corresponde a cerca de um mês de consumo.
Para tentar contornar o problema, ontem foi feita a diminuição da vazão dos reservatórios da bacia, que precisam economizar 30 mil litros (m3) de água por segundo. Segundo o assessor do Ceivap, Edilson de Paula Andrade, a diminuição será gradativa. "Hoje [ontem] diminuímos a vazão em 10 mil litros por segundo. Na sexta-feira, faremos uma nova avaliação", disse.
O cuidado na diminuição da vazão é importante, segundo ele, porque a medida pode colocar em risco a qualidade da água. "A quantidade de água vai diminuir mas a quantidade de esgoto lançado no rio, diariamente, permanecerá inalterado", afirmou.
Isso, segundo ele, pode encarecer o tratamento da água e colocar em risco a saúde pública. A bacia do Paraíba do Sul abastece 10 milhões de pessoas -2 milhões em São Paulo e 8 milhões no Rio.
Os sistemas de abastecimento de água na região de Campinas estão em estado de alerta devido à queda dos níveis dos rios e reservatórios que abastecem os municípios. Há cidades, como Sumaré, onde não chove há 91 dias.
"O ideal seria chover amanhã. Não temos como dar um prazo para anunciarmos o desabastecimento, mas não descartamos [o anúncio] porque a situação é crítica", diz o secretário-executivo do Consórcio das Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, Luiz Roberto Moretti.
Atualmente o sistema Cantareira libera para os rios Atibaia e Jaguari de 3.600 litros a 4.100 litros de água por segundo. Com a redução no volume do sistema, a vazão da captação de água nos rios também caiu. Nos pontos de captação do Atibaia em Paulínia e Valinhos, a vazão caiu pela metade. Já o rio Piracicaba está com vazão de 20,3 mil litros por segundo, enquanto em 2002 ela era de 35 mil litros por segundo.


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