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Acidente em Cataguases afetou represas
DAS REGIONAIS, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
Dentre os motivos que deixaram as represas do Paraíba do Sul
com nível baixo está o vazamento
de resíduos de fabricação de papel
ocorrido em março em Cataguases (MG), que consumiu cerca de
4% do total da capacidade de armazenamento de água da bacia,
para a limpeza do trecho atingido
-volume que corresponde a cerca de um mês de consumo.
Para tentar contornar o problema, ontem foi feita a diminuição
da vazão dos reservatórios da bacia, que precisam economizar 30
mil litros (m3) de água por segundo. Segundo o assessor do Ceivap,
Edilson de Paula Andrade, a diminuição será gradativa. "Hoje
[ontem] diminuímos a vazão em
10 mil litros por segundo. Na sexta-feira, faremos uma nova avaliação", disse.
O cuidado na diminuição da vazão é importante, segundo ele,
porque a medida pode colocar em
risco a qualidade da água. "A
quantidade de água vai diminuir
mas a quantidade de esgoto lançado no rio, diariamente, permanecerá inalterado", afirmou.
Isso, segundo ele, pode encarecer o tratamento da água e colocar
em risco a saúde pública. A bacia
do Paraíba do Sul abastece 10 milhões de pessoas -2 milhões em
São Paulo e 8 milhões no Rio.
Os sistemas de abastecimento
de água na região de Campinas
estão em estado de alerta devido à
queda dos níveis dos rios e reservatórios que abastecem os municípios. Há cidades, como Sumaré,
onde não chove há 91 dias.
"O ideal seria chover amanhã.
Não temos como dar um prazo
para anunciarmos o desabastecimento, mas não descartamos [o
anúncio] porque a situação é crítica", diz o secretário-executivo do
Consórcio das Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e
Jundiaí, Luiz Roberto Moretti.
Atualmente o sistema Cantareira libera para os rios Atibaia e Jaguari de 3.600 litros a 4.100 litros
de água por segundo. Com a redução no volume do sistema, a
vazão da captação de água nos
rios também caiu. Nos pontos de
captação do Atibaia em Paulínia e
Valinhos, a vazão caiu pela metade. Já o rio Piracicaba está com vazão de 20,3 mil litros por segundo,
enquanto em 2002 ela era de 35
mil litros por segundo.
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