São Paulo, quarta, 5 de agosto de 1998

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MANÍACO DO PARQUE 2
Gaúcho manda vasculhar roupas de motoboy, que estava em sua casa, para descobrir identidade
Pescador pega RG de acusado durante banho

MARCELO GODOY
da Reportagem Local

A curiosidade do pescador João Carlos Dorneles Vilaverde foi o que provocou a prisão do motoboy Francisco de Assis Pereira do Estado (zona sudeste de SP).
Segundo o soldado Lacire de Lima Carneiro, da Brigada Militar, hoje pela manhã, após atravessar de lancha a fronteira do Brasil com a Argentina, delimitada pelo rio Uruguai, o motoboy foi visto pescando às margens daquele rio pelo pescador Vilaverde.
Os dois começaram a conversar e o motoboy disse que era radiotaxista em São Paulo, que tinha um conhecido em Itaqui e uma namorada na Argentina.
O pescador, que havia acompanhado as notícias sobre o maníaco do parque pela TV, desconfiou. Durante a tarde, Pereira pediu a Vilaverde permissão para tomar banho na casa do pescador, segundo o soldado.
Enquanto o motoboy se banhava, o pescador pediu a um garoto que procurasse na calça do desconhecido algum documento que o identificasse. Foi assim que Vilaverde soube a verdadeira identidade do motoboy.
De imediato, o pescador mandou a mulher e uma amiga irem ao presídio estadual de Itaqui, telefonar para a sede do 3º pelotão. "Eu pedi que o carro policial que estava na rua checasse a informação", disse o soldado Carneiro.
Três policiais em um Corsa foram ao local em que estava o suspeito de ser o motoboy. Quando viu o carro da Brigada Militar, Pereira correu. "Ele tentou fugir mas não houve jeito. Nós o cercamos. Ele não teve para onde ir", disse o soldado.

Proteção na delegacia

Os policiais levaram o motoboy para a delegacia de Itaqui, onde foi colocado em uma cela. Segundo a polícia de São Paulo, ele negou os crimes dos quais é acusado.
Quatro policiais civis e três militares protegiam a delegacia da cidade. Eles temiam a reação da população. "O povo já começou a se juntar em frente à delegacia", disse o soldado.
Para a cidade estavam indo ontem à noite um delegado de polícia de São Borja e um capitão da Brigada Militar.
O delegado Sérgio Alves, 35, da polícia paulista, disse que ia enviar à polícia de Itaqui, ontem à noite, por meio de fax, cópia do mandado de prisão expedido pela Justiça.



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