São Paulo, quarta, 5 de agosto de 1998

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MANÍACO DO PARQUE 2
Ao receber a notícia da captura, vizinhos de balconista assassinada saíram à rua comemorando
Mães de vítimas agradecem a Deus por prisão


da Reportagem Local

As mães de duas das vítimas do maníaco do parque agradeceram a Deus ao ver pela TV a notícia da prisão do acusado Francisco de Assis Pereira, 30.
Maria Ferreira da Silva, mãe de Elisângela Francisco da Silva, uma das vítimas, entrou em pânico quando soube da notícia.
Segundo seu sobrinho, o policial militar Erivelton Rodrigues, Maria está de cama e tomando sedativos desde que o corpo da filha foi identificado. Ontem à noite, em um dos poucos momentos que saiu do quarto, ela estava assistindo à TV quando viu a notícia da prisão de Francisco.
"Ela quase desmaiou, entrou em pânico, sentiu tontura e começou a gritar", conta. "Abracei-a e levei-a para a cama novamente."
Entre seus gritos, diz o sobrinho, ela pedia apenas justiça divina.
A família de Elisângela mora em Londrina, cidade do Paraná.
O irmão dela, Milton Ferreira da Silva, que mora em São Paulo, só pensava na mãe. "Eu me senti um pouco vingado quando ouvi a notícia. Esse homem merece uns castigos. E têm de apertar o cara para ele entregar tudo. Não acho que ele tenha sido capaz de fazer tudo aquilo sozinho. Tinha mais alguém na parada", disse.
Elisângela desapareceu em 9 de maio, quando foi vista a última vez por uma amiga na av. Rebouças. Ela havia saído de casa para ir a um shopping center. O corpo foi achado no dia 28 de julho, mas só foi identificado três dias depois.
Maria de Lourdes Ferreira Queiroz, mãe de Selma, outra vítima, estava assistindo à novela quanto soube que Pereira havia sido preso.
"Ajoelhei no chão e pedi a Deus alto. Eu agradeci muito, porque essa pessoa não pode ficar junto à sociedade", disse.
"Nem a morte dele vai pagar o que ele fez a minha filha. Espero que a Justiça se cumpra e ele não seja solto nunca mais."
Selma desapareceu no último dia 3 de julho quando ia ao centro da cidade para acertar sua demissão (ela era balconista de uma drogaria). Seu corpo foi encontrado no dia seguinte.
Foi sua identidade que a polícia encontrou parcialmente queimada no encanamento do vaso sanitário da oficina JR Express, no Brás (zona central de SP), onde o motoboy trabalhava e morava.
Maria de Lourdes diz acreditar que o motoboy não tenha problemas mentais. Na sua opinião, ele tem algum tipo de trauma ou "é possuído pelo demônio".
Segundo a mãe de Selma, seus vizinhos, ao saber da notícia, saíram para a rua comemorando a prisão do motoboy.



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