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Lei reduziu
transplantes
LUCIA MARTINS
da Reportagem Local
A doação presumida elevou a rejeição da população
em doar os órgãos de seus
familiares e reduziu o número de transplantes em
São Paulo.
No Estado de São Paulo,
entre dezembro passado e
março deste ano, o percentual de famílias que se recusaram a doar subiu de 27%
para 42%, como mostrou
reportagem da Folha em
maio deste ano. O índice
internacional de rejeição é
de 30%.
Esse comportamento refletiu diretamente nos
transplantes. Em dezembro
passado, houve 31 transplantes de rim, 12 de fígado
e 5 do coração. Em abril, foram apenas 17 (rim), 4 (fígado) e 1 (coração).
A nova lei deu aos médicos o poder de retirar órgãos sem autorização da família -a não ser que a pessoa manifeste vontade contrária em vida. A lei deu um
prazo de julho a dezembro
do ano passado para que as
pessoas tomassem conhecimento da mudança.
A rejeição da população
foi imediata e pôde ser sentida pelas filas criadas por
pessoas que queriam incluir na carteira de identidade ou de motorista a inscrição "não doador".
As entidades médicas
também discordaram da
doação presumida. O próprio CFM (Conselho Federal de Medicina) aconselhou os médicos a ignorar a
lei e a continuar consultando a família.
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