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Estudante diz que não usou drogas
da Reportagem Local
Na manhã de ontem, a polícia
encontrou crack e cocaína na casa
de Meira, em Santa Cecília (região
central de São Paulo). De acordo
com o delegado Olavo Francisco,
havia cinco pedras de crack e cerca de 5 gramas de cocaína em
quatro papelotes -outros 33, vazios, também foram encontrados.
No depoimento de mais de três
horas, que terminou na madrugada de ontem, Meira afirmou que
usava drogas eventualmente, mas
negou que tivesse usado drogas
antes de cometer o crime.
A polícia não acreditou na versão dele e pediu um exame toxicológico para verificar eventual
presença de drogas no sangue. O
laudo deve demorar 30 dias.
Meira foi indiciado por porte
ilegal de entorpecentes. Ele disse
que a droga era para uso próprio.
Também foram encontrados na
casa 350 cartuchos de metralhadora e de pistola semi-automática.
Também na manhã de ontem, a
polícia encontrou no lixo do apartamento de Meira três bilhetes.
Escritos com pincel atômico em
folhas de papel sulfite, os bilhetes
devem ter sido escritos dois ou
três dias antes do crime, antes de
Meira deixar o apartamento e se
mudar para um hotel.
Dois deles tinham a mesma
mensagem: "Mídia, realidade, sociedade hipócrita". No outro, ele
assumia o problema com as drogas: "Isso é efeito da droga, eu não
sou assim". Para a polícia, os bilhetes são provas concretas de que
Meira premeditou o crime.
Lapsos de memória
Meira depôs durante três horas
para dez policiais, que se revezavam. Segundo o delegado Olavo
Francisco, o depoimento foi linear, sem contradições. Mas, em
muitos momentos, Meira apresentou lapsos de memória. O delegado acredita que os lapsos tenham sido forjados, com intenção de traçar um perfil psicológico falso, para "parecer louco".
Meira passou todo o dia de ontem isolado em uma sala separada da carceragem do 96º DP, no
Brooklin (zona sul de São Paulo).
A polícia decidiu isolá-lo na madrugada, por temer que os outros
presos pudessem matá-lo ou que
ele tentasse o suicídio.
"Os presos querem fugir das celas para matá-lo, há um grande
risco de vida", explicou o delegado Olavo Reino Francisco, titular
da Delegacia Seccional Sul.
O mecânico Marcos Paulo Almeida dos Santos, que vendeu a
arma do crime, está em uma cela
comum, em carceragem que abriga 50 presos acusados de homicídio, roubo e tráfico.
(OC e SC)
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