São Paulo, Sexta-feira, 05 de Novembro de 1999
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Traficante vendeu arma por R$ 5.000

da Reportagem Local



A arma usada por Meira foi comprada poucas horas antes do crime por R$ 5.000 e mais um pistola semi-automática 380 usada. O vendedor, segundo o estudante, foi o mecânico Marcos Paulo de Almeida dos Santos, 24.
Poucas horas após a prisão de Meira, Santos também foi detido, enquanto dormia em sua casa em Americanópolis (zona sudeste de São Paulo).
Após ser preso, Santos negou que tivesse vendido a arma ao estudante de medicina. Mesmo assim, foi indiciado por duplo homicídio e por seis lesões corporais. De acordo com o delegado Olavo Francisco, titular da Seccional Sul, há indícios suficientes da participação dele no crime. O delegado Francisco não acredita que a arma tenha custado os R$ 5.000 que Meira afirma ter pago. Segundo ele, o valor de mercado não passa de R$ 2.000. "Acredito que ele tenha pago apenas os R$ 1.000 que foram encontrados na casa do Marcos Paulo (Santos)", declarou o delegado.
Meira contou em seu depoimento que conhecia Marcos Paulo há cerca de um mês, desde que ele deixou a carceragem do 16º DP, na Vila Clementino (zona sudoeste), onde estava presos por formação de quadrilha e corrupção de menores. O mecânico, segundo a polícia, seria o traficante que venderia cocaína e crack para o estudante de medicina.
Há aproximadamente duas semanas o contato entre os dois se tornou mais frequente depois que Meira bateu seu carro, um Chrysler Neon com câmbio hidramático. A seguradora da qual Meira é cliente lhe cedeu um Palio comum enquanto seu carro permanecesse na oficina.
Como ele não sabe dirigir carros com câmbio e direção convencionais, Santos passou a atuar como motorista de Meira. No dia do atentado no shopping, Santos e Meira se encontraram por volta das 14h, em um hotel em que o estudante se hospedou, na av. São João (região central).
O mecânico entregou a arma ao estudante, recebeu o dinheiro e, por volta das 16h, deixou o local com o Palio. Foi o último encontro entre os dois antes da prisão. Quando a polícia chegou à casa do mecânico para prendê-lo, encontrou o Palio na garagem.
Apesar de ser primário, o estudante ganhava a vida de maneira ilegal, segundo a polícia. Na casa dele, foram encontrados equipamentos de falsificação de CDs e de programas de computador.
Além do dinheiro dos CDs, Meira ganhava mesada de sua família para se manter em São Paulo. Os pais pagavam o aluguel e a faculdade e ainda lhe davam R$ 800 mensais para despesas pessoais. (OC e SC)




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