|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Estado mental pode reduzir condenação
da Reportagem Local
Por causa do distúrbio mental
que apresenta, o estudante de medicina Mateus da Costa Meira pode ser considerado semi-imputável pelo crime que cometeu.
Na linguagem jurídica, é considerada imputável, ou seja, responsável pelos seus atos, a pessoa
que tem "perfeita capacidade de
entender as coisas".
Já o semi-imputável é aquele
que tem capacidade reduzida de
entendimento, ou seja, não tem
total consciência do crime que cometeu ou não tem controle completo de suas ações.
Uma pessoa que não tem nenhuma capacidade de entendimento e discernimento é considerada inimputável. Nesse caso, ela
é absolvida automaticamente e o
juiz lhe impõe uma medida de segurança (internação em manicômio judiciário).
"Dificilmente Meira será considerado inimputável. Ele fez vestibular e estava no 6º ano de medicina, o que nos permite descartar
a hipótese de não capaz", afirma o
advogado criminalista Alberto
Zacharias Toron, professor de direito penal da PUC (Pontifícia
Universidade Católica) de São
Paulo.
Como Meira tem um histórico
de internação em clínica psiquiátrica e acompanhamento médico,
o juiz deverá solicitar um exame
de insanidade mental baseado em
parecer de seu psiquiatra, José
Cássio Nascimento Pitta.
Duas possibilidades
Se for considerado semi-imputável, Meira deve ser levado a julgamento por um júri popular como prevê a lei para homicídios
dolosos-, mas a sentença segue
dois caminhos diferentes das impostas a réus comuns.
Há duas possibilidades: pena de
prisão ou medida de segurança.
Se ele for condenado à prisão, o
juiz automaticamente reduz o
tempo de detenção em um ou
dois terços.
A outra hipótese é que o juiz
aplique uma medida de segurança. Nesse caso, o réu é encaminhado para internação em um
manicômio judicial e tem de passar por uma avaliação de seu estado de sanidade mental a cada três
anos.
Texto Anterior: Meira deixou de tomar remédio antipsicótico, diz psiquiatra Próximo Texto: Pai de garota morta nem pensa em Justiça, ele só quer saber o porquê Índice
|