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SAÚDE
Preço médio em dólar subiu 55% em 5 anos, diz governo federal
Venda de remédio cai, mas
lucro de laboratório cresce
DANIELA FALCÃO
ISABEL VERSIANI
da Sucursal de Brasília
Embora as vendas unitárias de
medicamentos no Brasil tenham
caído 7,3% entre 95 e 98, o faturamento do setor farmacêutico no
período cresceu 67%, pulando de
US$ 6,18 bilhões em 94 para US$
10,3 bilhões no ano passado.
Na avaliação do Ministério da
Saúde, a queda nas vendas unitárias foi "amplamente compensada" pelo aumento nos preços dos
medicamentos, permitindo que o
faturamento crescesse.
"Essa é a única forma de explicar o faturamento crescente da indústria farmacêutica apesar do
volume decrescente de vendas",
diz o diretor de Finanças da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Januário Montone.
Relatório apresentado por
Montone ontem na Câmara dos
Deputados mostra que o preço
médio por unidade dos medicamentos vendidos no Brasil subiu
55% em dólar nos últimos cinco
anos, passando de US$ 4,03 em 94
para US$ 6,28, no ano passado.
Como os efeitos da Lei dos Genéricos na redução dos preços
dos medicamentos só serão sentidos em dois anos, parlamentares,
proprietários de farmácias e representantes dos ministérios da
Saúde, Fazenda e Justiça discutiram ontem quais medidas devem
ser adotadas de imediato para impedir que os preços continuem
superando a inflação.
"Consideramos que os patamares de preço dos medicamentos
brasileiros são excessivamente altos e que é necessário desenvolver
instrumentos mais eficientes de
ação governamental capazes de
controlar e reduzir os preços para
ampliar o acesso da população
aos remédios", diz Montone.
Foram apresentadas três propostas distintas. A Associação
Brasileira de Redes de Farmácias
e Drogarias propôs redução da
carga tributária sobre remédios
em troca de redução nos preços.
Segundo a associação, 28% do
preço do remédio é composto por
impostos. "Os remédios têm carga tributária maior que salsicha e
linguiça", diz Aparecido Camargo, presidente da Abrafarma.
Já o Ministério da Saúde defende o aumento da produção de remédios essenciais pelos laboratórios públicos (como hipertensivos e contra a diabetes), que teriam preços controlados.
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