São Paulo, domingo, 05 de novembro de 2000

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Coordenador de campanha vê "precipitação"

DA REPORTAGEM LOCAL

Para o coordenador da campanha e homem escolhido para comandar a transição do governo da prefeita eleita, Rui Falcão, abordar agora problemas que Marta Suplicy (PT) enfrentará em sua administração não passa de um ato precipitado e equivocado.
Tudo é prematuro, mesmo que os temas envolvam assuntos que vão da falta de recursos à solução que será apresentada para resolver a extinção do Sims (Sistema Integrado Municipal de Saúde).
Em resumo, essa é a resposta de Falcão a perguntas que recebeu da Folha na última quarta-feira sobre os principais problemas da cidade. "É equivocado querer respostas sabendo que não há governo ainda. Não é que não sabemos o que fazer. Algumas coisas têm de ter definição de secretário, inclusive", disse.
Falcão recebeu a reportagem no comitê, após uma festa de confraternização dos funcionários que trabalharam na campanha de Marta Suplicy.
Marta se preparava para viajar, assim como assessores e integrantes do Diretório Municipal do PT. Todos só voltam amanhã, quando, segundo o coordenador, começam a ser definidos os nomes que farão parte da comissão de transição do governo Marta.
Daí também viria o impedimento de dar respostas agora para problemas da próxima administração. Antes disso, só ele, o presidente do Diretório Municipal do PT, Ricardo Berzoini, e Marta podem falar sobre os planos para a próxima gestão.
A prefeita eleita tem encontro marcado com o prefeito Celso Pitta (PTN) na próxima quarta-feira, quando apresentará Falcão como responsável pela transição.
"Precisamos formalizar com ele (Pitta) quem será designado para ser nosso interlocutor. Só aí começaremos a ter acesso a informações que precisamos", disse, sobre a necessidade de ter dados da prefeitura para começar a discutir os problemas da cidade.
Falcão também disse que dependeria de uma consulta a partidos da coligação que elegeu Marta Suplicy (PT, PCB, PC do B e PHS) para tratar de assuntos que envolvem a próxima administração.
"Claro que, em última instância, as definições serão feitas pela prefeita, mas e os nossos parceiros? O que pensam? Precisamos ouvir o PCB, o PC do B..."
Ele citou também o fato de o Orçamento da Prefeitura de São Paulo para o próximo ano ainda não ter sido aprovado pela Câmara, o que, segundo o coordenador, inviabiliza o detalhamento do que poderá ser feito.

Curto e grosso
Com esses argumentos, Falcão deu respostas curtas e genéricas para apenas quatro problemas abordados pela Folha.
Disse, por exemplo, que negociará com servidores as perdas salariais da categoria e que, provavelmente, Marta terá de firmar contratos de emergência com empresas de limpeza até concluir uma nova licitação para o serviço. (JOÃO CARLOS SILVA)



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