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Estudo faz déficit habitacional "encolher"
DA REPORTAGEM LOCAL
A pesquisa CDHU/Fundação
Seade usou metodologia própria
para medir as necessidades habitacionais do Estado de São Paulo,
e foi essa metodologia que fez o
déficit habitacional "encolher".
De acordo com o estudo, o Estado
têm déficit (famílias sem casa) de
242 mil moradias.
A diferença entre esse e outros
estudos está na classificação das
habitações. São consideradas
"não-moradias" -portanto déficit- os barracos em favelas ou
isolados, construídos com qualquer material, exceto alvenaria.
Os demais tipos, mesmo que se
trate de um cortiço, onde os quartos não têm janela, são consideradas "moradias inadequadas". Em
geral, nos demais estudos, esse tipo de moradia insalubre é considerada déficit.
Pelo estudo da CDHU, das 7,792
milhões de moradias do Estado,
2,927 milhões (37,56%) são inadequadas. Somadas às habitações
classificadas como déficit, 40,7%
dos domicílios paulistas têm necessidades habitacionais.
Desde 1967, na gestão de Laudo
Natel, até hoje, a companhia habitacional do Estado, que mudou de
nome ao longo dos anos, construiu 327.946 moradias em São
Paulo.
Em 2002, a CDHU atingiu a
marca de produção média de 50
mil moradias por ano. Nesse ritmo, são suficientes cinco anos para liquidar o déficit. Para atender
toda a demanda de moradias no
Estado, porém, são necessários
mais de 58 anos.
Na avaliação do superintendente de planejamento da companhia, Eduardo Trani, os números
não falseiam a realidade. Antes
disso, orientam a CDHU a atender a demanda, por classificá-la
segundo a necessidade.
"O estudo mostra várias coisas
importantes. A principal é a de
que as regiões do Estado têm de
ser respondidas não só com novas
unidades habitacionais mas também com recuperação urbana e
ambiental das cidades", afirma.
O déficit, assim como o número
de moradias inadequadas, concentra-se na região metropolitana
de São Paulo. Das 242 mil "não-moradias" encontradas, 171 mil
estão na Grande SP, sendo 103 mil
na capital. Entre as inadequadas,
2,174 milhões estão nessa região.
Para o diretor-presidente da
CDHU, Luiz Antônio Carvalho
Pacheco, o dado reflete dois fenômenos: o de que a Grande São
Paulo concentra um maior número da população de baixa renda e
o de que a companhia que preside
vem privilegiando historicamente
o interior do Estado.
Das 327.946 moradias construídas ao longo da história da
CDHU, 244.072 (74,42%) foram
em cidades do interior. "A companhia trabalha muito em parceria com as prefeituras, e, na última
década, isso não foi possível em
São Paulo. Hoje, a situação está se
invertendo. Das 50 mil moradias
construídas neste ano, 35 mil são
na Grande São Paulo, por meio de
convênios com as prefeituras, incluindo a capital", diz Pacheco.
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