São Paulo, terça-feira, 05 de novembro de 2002

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Ex-empregada deixa de ser foco central de investigação

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia praticamente descartou o envolvimento de uma ex-empregada na morte do casal Marísia e Manfred von Richthofen, assassinados na última quinta-feira na casa onde moravam, no Brooklin (zona sul de São Paulo). O enfoque da investigação está centrado agora em familiares e conhecidos das vítimas.
Segundo amigos do casal, uma ex-empregada doméstica teria feito ameaças por telefone à Marísia depois de ter sido demitida. A doméstica foi localizada por policiais do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) e negou participação no caso.
Policiais disseram que o envolvimento da doméstica no crime está praticamente descartado.
A polícia acredita que os autores eram conhecidos das vítimas. A casa não foi arrombada, o sistema de câmeras estava desligado e ninguém viu um carro estranho em frente à casa da família entre a noite de quarta e a madrugada de quinta, quando ocorreu o crime.
A filha do casal, Suzane, 18, foi ouvida pela segunda vez ontem pelo DHPP. O depoimento durou duas horas, segundo a Secretaria da Segurança Pública. Suzane e o irmão Andreas, 15, encontraram os corpos na madrugada da última quinta-feira.
Os dois e Daniel Cravinhos de Paula e Silva, 21, namorado de Suzane, foram ouvidos no mesmo dia pelo DHPP.
A secretaria informou que Suzane foi convocada mais uma vez para complementar o depoimento anterior, mas o órgão não comentou o teor das informações prestadas ontem.
No total, 20 pessoas foram ouvidas até ontem pelo DHPP, entre familiares, amigos, colegas de trabalho e empregados da casa.
O casal foi morto com pancadas na cabeça e depois foi colocado na cama. A polícia acredita que os dois tenham recebido golpes fortes com uma espécie de martelo.
A investigação também indica que pelo menos quatro pessoas estiveram na casa e dominaram o casal. Marísia foi encontrada com um saco plástico de lixo preto na cabeça, e Richthofen com uma toalha no rosto.
A hipótese inicial de latrocínio (matar para roubar) está cada vez mais remota, segundo policiais. Segundo Suzane, teriam sumido R$ 8.000 e US$ 5.000 que estavam na biblioteca da casa. Mas os carros da família, jóias e até o revólver 38 -encontrado ao lado da cama- que pertencia a Richthofen não foram levados. Dois promotores foram designados para acompanhar o caso.
(GILMAR PENTEADO)


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