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São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2003

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Para especialista, só ameaça à vida justificaria tiro

DA SUCURSAL DO RIO

O ex-capitão do Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio) Rodrigo Pimentel disse que, caso o carro do professor Frederico Branco de Faria não tenha colocado em risco a vida de algum militar, como afirma o Comando Militar do Leste, o tiro contra ele terá sido ilegal.
"Se o carro tiver colocado a vida do militar em risco, o tiro terá sido 100% legal, em legítima defesa; se estava só em fuga, foi ilegal", afirmou Pimentel, 32, ex-instrutor de abordagem policial do Bope.
Seria possível atirar nos pneus do carro, diz, mas a ação exige perícia e decisão rápida, sendo dificultada num momento de estresse.
Caso o carro estivesse em fuga, o mais correto teria sido deixá-lo sair e fazer cercos. "Alvejar é sempre uma atitude criminosa, se o carro não estiver colocando em risco a vida de ninguém."
Pimentel ficou conhecido no país com o documentário "Ônibus 174", onde aparece criticando a atuação da PM do Rio para deter o sequestrador do ônibus, em junho de 2000. A ação resultou nas mortes da refém Geisa Firmo Gonçalves e do sequestrador Sandro do Nascimento -que entrou vivo e saiu morto de um carro da PM.
Hoje fora da polícia e trabalhando como produtor de filmes, Pimentel disse ser contra a atuação das Forças Armadas no policiamento. "Eles não são preparados para esse tipo de missão. É como pôr um PM para executar a missão deles."
Pimentel disse que a arma padrão dos batalhões de pára-quedistas (unidade que fazia a blitz) é o fuzil FAL calibre 7,62 mm -arma de guerra, segundo ele, inadequada para o uso urbano.
O Comando Militar do Leste não quis comentar as declarações do ex-capitão PM. (FE)


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