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Para especialista, só ameaça à vida justificaria tiro
DA SUCURSAL DO RIO
O ex-capitão do Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do
Rio) Rodrigo Pimentel disse
que, caso o carro do professor Frederico Branco de Faria não tenha colocado em
risco a vida de algum militar,
como afirma o Comando
Militar do Leste, o tiro contra ele terá sido ilegal.
"Se o carro tiver colocado a
vida do militar em risco, o tiro terá sido 100% legal, em
legítima defesa; se estava só
em fuga, foi ilegal", afirmou
Pimentel, 32, ex-instrutor de
abordagem policial do Bope.
Seria possível atirar nos
pneus do carro, diz, mas a
ação exige perícia e decisão
rápida, sendo dificultada
num momento de estresse.
Caso o carro estivesse em
fuga, o mais correto teria sido deixá-lo sair e fazer cercos. "Alvejar é sempre uma
atitude criminosa, se o carro
não estiver colocando em
risco a vida de ninguém."
Pimentel ficou conhecido
no país com o documentário
"Ônibus 174", onde aparece
criticando a atuação da PM
do Rio para deter o sequestrador do ônibus, em junho
de 2000. A ação resultou nas
mortes da refém Geisa Firmo Gonçalves e do sequestrador Sandro do Nascimento -que entrou vivo e saiu
morto de um carro da PM.
Hoje fora da polícia e trabalhando como produtor de
filmes, Pimentel disse ser
contra a atuação das Forças
Armadas no policiamento.
"Eles não são preparados
para esse tipo de missão. É
como pôr um PM para executar a missão deles."
Pimentel disse que a arma
padrão dos batalhões de pára-quedistas (unidade que
fazia a blitz) é o fuzil FAL calibre 7,62 mm -arma de
guerra, segundo ele, inadequada para o uso urbano.
O Comando Militar do
Leste não quis comentar as
declarações do ex-capitão
PM.
(FE)
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