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SISTEMA CARCERÁRIO
Presos iluminaram a passagem para facilitar a fuga
Dez fogem por túnel em prisão-modelo em Osasco
DA REPORTAGEM LOCAL
Dez presos fugiram ontem do
CDP 1 (Centro de Detenção Provisória) de Osasco por meio de
um túnel. A fuga da unidade, que
fica na Grande São Paulo, ocorreu
por volta das 5h30, quando os
presos deveriam estar nas celas.
A assessoria de imprensa da Secretaria da Administração Penitenciária informou que o túnel
saía de um pátio da unidade.
O delegado de plantão do 1º DP
de Osasco, Alexandre Cassola, no
entanto, disse que esteve no local
e verificou que o túnel saía de uma
cela que abrigava 18 presos.
A abertura, de acordo com ele,
foi feita com "bastante requinte".
Havia iluminação e estruturas de
sustentação. Ele afirmou que foi
informado de que a terra retirada
estava escondida entre os pertences dos presos. A saída, afirmou,
era para a rua, perto de uma muralha, mas em área de difícil visão
para os guardas.
O delegado destacou que as informações eram extra-oficiais,
uma vez que ainda não havia boletim de ocorrência sobre a fuga.
A delegacia aguardava, no fim da
tarde de ontem, o fim da contagem dos presos para fazer o BO.
A assessoria da secretaria não
dispunha no início da noite de ontem dos nomes dos fugitivos.
Uma sindicância foi aberta pelo
órgão para investigar a fuga.
Segundo a assessoria, há cerca
de um mês houve uma fuga de 20
presos, também por meio de um
túnel, do CDP 2 de Osasco.
Prisões-modelo
Os CDPs começaram a ser construídos há dois anos como prisões-modelo, que deveriam abrigar presos que aguardam julgamento e assim liberar as carceragens dos distritos policiais. Desde
o ano passado, no entanto, passaram a receber também detentos
condenados e a sofrer o problema
da superlotação.
O CDP de Osasco tem vaga para
768 detentos, mas até a semana
passada abrigava mais de 900.
A unidade, desde 2001, passou
por uma série de rebeliões violentas. Em março deste ano, após
uma tentativa de fuga frustrada,
seis presos morreram com estiletadas. A superlotação também foi
causa do motim. Em 2001, houve
pelo menos quatro mortes e fuga
de 27 presos.
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