São Paulo, segunda-feira, 06 de maio de 2002

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SISTEMA CARCERÁRIO

Presos iluminaram a passagem para facilitar a fuga

Dez fogem por túnel em prisão-modelo em Osasco


DA REPORTAGEM LOCAL

Dez presos fugiram ontem do CDP 1 (Centro de Detenção Provisória) de Osasco por meio de um túnel. A fuga da unidade, que fica na Grande São Paulo, ocorreu por volta das 5h30, quando os presos deveriam estar nas celas.
A assessoria de imprensa da Secretaria da Administração Penitenciária informou que o túnel saía de um pátio da unidade.
O delegado de plantão do 1º DP de Osasco, Alexandre Cassola, no entanto, disse que esteve no local e verificou que o túnel saía de uma cela que abrigava 18 presos.
A abertura, de acordo com ele, foi feita com "bastante requinte". Havia iluminação e estruturas de sustentação. Ele afirmou que foi informado de que a terra retirada estava escondida entre os pertences dos presos. A saída, afirmou, era para a rua, perto de uma muralha, mas em área de difícil visão para os guardas.
O delegado destacou que as informações eram extra-oficiais, uma vez que ainda não havia boletim de ocorrência sobre a fuga. A delegacia aguardava, no fim da tarde de ontem, o fim da contagem dos presos para fazer o BO.
A assessoria da secretaria não dispunha no início da noite de ontem dos nomes dos fugitivos. Uma sindicância foi aberta pelo órgão para investigar a fuga.
Segundo a assessoria, há cerca de um mês houve uma fuga de 20 presos, também por meio de um túnel, do CDP 2 de Osasco.


Prisões-modelo
Os CDPs começaram a ser construídos há dois anos como prisões-modelo, que deveriam abrigar presos que aguardam julgamento e assim liberar as carceragens dos distritos policiais. Desde o ano passado, no entanto, passaram a receber também detentos condenados e a sofrer o problema da superlotação.
O CDP de Osasco tem vaga para 768 detentos, mas até a semana passada abrigava mais de 900.
A unidade, desde 2001, passou por uma série de rebeliões violentas. Em março deste ano, após uma tentativa de fuga frustrada, seis presos morreram com estiletadas. A superlotação também foi causa do motim. Em 2001, houve pelo menos quatro mortes e fuga de 27 presos.


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