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EDUCAÇÃO
Inscrição para o vestibular de 2005 custará R$ 90, 20% a mais que em 2004; 60 mil serão dispensados do pagamento
Fuvest aumenta taxa e triplica isenções
LAURA CAPRIGLIONE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Fuvest (Fundação para o Vestibular), que organiza os processos seletivos para a Universidade
de São Paulo (USP), Santa Casa de
São Paulo e Academia de Polícia
Militar do Barro Branco, ampliará
o número de candidatos isentos
da taxa de inscrição do concurso.
Serão 60 mil isentos em 2005, 40
mil a mais do que em 2004.
Quem pagará a conta serão os
demais candidatos. A Fuvest já
decidiu majorar o preço da inscrição: passa de R$ 75 (em 2004) para R$ 90 (em 2005), um acréscimo
de 20%. "Estamos praticando a
velha política de Robin Hood: tirando dos ricos para dar aos pobres", explica o professor Roberto
Celso Fabrício Costa, 62, assessor
da diretoria para concursos da
Fuvest.
Em 2003, 57 mil estudantes candidataram-se às 20 mil inscrições
isentas de pagamento. A seleção
foi feita pela Coseas (coordenadoria de assistência social da USP),
segundo critérios socioeconômicos, os mesmos que devem vigorar neste ano. Dos 37 mil recusados, 15 mil arcaram com as despesas e 22 mil desistiram.
Critérios
A iniciativa da Fuvest tem a ver
com outras medidas "sociais"
adotadas recentemente pela USP.
Anteontem, o reitor Adolpho José
Melfi, por exemplo, anunciou a
criação de um cursinho pré-vestibular gratuito voltado ao atendimento de 5.000 alunos carentes.
Em 2004, dos 300 mil alunos
que concluíram o segundo grau
em escolas públicas de São Paulo,
apenas 60 mil prestaram o vestibular da USP (20%). Nas escolas
privadas, de 130 mil formandos
do segundo grau, 90 mil prestaram o vestibular (69%).
Para a USP, os alunos das escolas públicas disputam menos a
Fuvest por duas razões: acham
que não têm chance de passar e
não têm como pagar a inscrição.
Com o cursinho e, agora, a isenção do pagamento da inscrição, a
universidade tenta aumentar as
chances dos estudantes mais pobres. Hoje, elas são poucas.
Embora 40% dos candidatos
que se inscreveram para a Fuvest
em 2004 fossem oriundos de escolas públicas, na lista de aprovados esses estudantes minguavam
para 20%. A parte do leão (80%)
ficou para quem estudou em escolas pagas.
"Queremos ampliar as chances
de alunos de baixa renda entrarem na USP, mas sem abrir mão
dos critérios de mérito", explica
Roberto Costa, numa clara crítica
à política de reservar cotas de vagas para alunos carentes.
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