São Paulo, quinta-feira, 06 de maio de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EDUCAÇÃO

Inscrição para o vestibular de 2005 custará R$ 90, 20% a mais que em 2004; 60 mil serão dispensados do pagamento

Fuvest aumenta taxa e triplica isenções

LAURA CAPRIGLIONE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Fuvest (Fundação para o Vestibular), que organiza os processos seletivos para a Universidade de São Paulo (USP), Santa Casa de São Paulo e Academia de Polícia Militar do Barro Branco, ampliará o número de candidatos isentos da taxa de inscrição do concurso. Serão 60 mil isentos em 2005, 40 mil a mais do que em 2004.
Quem pagará a conta serão os demais candidatos. A Fuvest já decidiu majorar o preço da inscrição: passa de R$ 75 (em 2004) para R$ 90 (em 2005), um acréscimo de 20%. "Estamos praticando a velha política de Robin Hood: tirando dos ricos para dar aos pobres", explica o professor Roberto Celso Fabrício Costa, 62, assessor da diretoria para concursos da Fuvest.
Em 2003, 57 mil estudantes candidataram-se às 20 mil inscrições isentas de pagamento. A seleção foi feita pela Coseas (coordenadoria de assistência social da USP), segundo critérios socioeconômicos, os mesmos que devem vigorar neste ano. Dos 37 mil recusados, 15 mil arcaram com as despesas e 22 mil desistiram.

Critérios
A iniciativa da Fuvest tem a ver com outras medidas "sociais" adotadas recentemente pela USP. Anteontem, o reitor Adolpho José Melfi, por exemplo, anunciou a criação de um cursinho pré-vestibular gratuito voltado ao atendimento de 5.000 alunos carentes.
Em 2004, dos 300 mil alunos que concluíram o segundo grau em escolas públicas de São Paulo, apenas 60 mil prestaram o vestibular da USP (20%). Nas escolas privadas, de 130 mil formandos do segundo grau, 90 mil prestaram o vestibular (69%).
Para a USP, os alunos das escolas públicas disputam menos a Fuvest por duas razões: acham que não têm chance de passar e não têm como pagar a inscrição. Com o cursinho e, agora, a isenção do pagamento da inscrição, a universidade tenta aumentar as chances dos estudantes mais pobres. Hoje, elas são poucas.
Embora 40% dos candidatos que se inscreveram para a Fuvest em 2004 fossem oriundos de escolas públicas, na lista de aprovados esses estudantes minguavam para 20%. A parte do leão (80%) ficou para quem estudou em escolas pagas.
"Queremos ampliar as chances de alunos de baixa renda entrarem na USP, mas sem abrir mão dos critérios de mérito", explica Roberto Costa, numa clara crítica à política de reservar cotas de vagas para alunos carentes.


Texto Anterior: Lula autoriza ministério a universalizar exame
Próximo Texto: Seleção de cursinho é alvo de crítica
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.