São Paulo, quinta-feira, 06 de maio de 2004

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Alunos da Unesp pedem segurança após estupro

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Aproximadamente cem estudantes da Unesp (Universidade Estadual Paulista) fizeram uma passeata na manhã de ontem, na cidade de Franca (400 km a norte de São Paulo), para pedir mais segurança e uma ação mais efetiva da polícia nas investigações de uma série de estupros cometidos contra universitárias.
Nos últimos quatro anos, pelo menos 13 universitárias -a maioria estudantes da Unesp- foram vítimas de estupro na cidade de Franca.
O último caso aconteceu na manhã de segunda-feira, quando uma estudante do curso de direito da universidade estadual, de 19 anos, foi atacada dentro da república onde mora.
O estuprador, armado com uma faca, invadiu a casa onde vive a estudante. Em seguida, amarrou e amordaçou a jovem, que teve ainda os olhos vendados, e a estuprou. Ele ficou no local por aproximadamente quatro horas.

Sem pistas
A polícia ainda não tem pistas da identidade do maníaco. Além disso, as investigações não levaram à prisão de nenhum suspeito até agora. De acordo com o investigador Aderson de Oliveira Lima, 38, o criminoso pratica os crimes sempre da mesma maneira -invade as casas onde moram as estudantes- e tenta despistar os policiais simulando situações e perfis diferentes em cada ataque.
No ataque realizado na segunda-feira, o estuprador fingiu ter ingerido uma grande quantidade de vodca e de pinga para parecer que estava embriagado. Os investigadores, no entanto, descobriram que a bebida foi despejada na pia da cozinha para tentar confundir os policiais.
Em outros casos, as vítimas afirmaram que o maníaco dizia morar em outra cidade.

O protesto
Os estudantes já promoveram outros protestos em Franca para pedir o esclarecimento dos crimes e cobrar uma intensificação das ações da polícia. Antes do ato realizado na manhã de ontem, a manifestação mais recente para solicitar mais segurança para os universitários foi realizada em novembro do ano passado.
Ontem, os estudantes fizeram uma caminhada até a praça da Matriz, onde acabou sendo realizado um ato. Uma das organizadoras do protesto, a estudante de história da Unesp Joice Akemy de Oliveira, 18, afirmou à Folha que estudantes de todas as faculdades da cidade pretendem se reunir para preparar um protesto maior, no qual será solicitado mais agilidade da polícia.
A DIG (Delegacia de Investigações Gerais), ligada à Polícia Civil, informou que está aguardando o resultado da perícia relacionada ao estupro de segunda-feira para tentar obter pistas que levem à identidade do maníaco.
(KATIUCIA MAGALHÃES)


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