|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Alunos da Unesp pedem segurança após estupro
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Aproximadamente cem estudantes da Unesp (Universidade
Estadual Paulista) fizeram uma
passeata na manhã de ontem, na
cidade de Franca (400 km a norte
de São Paulo), para pedir mais segurança e uma ação mais efetiva
da polícia nas investigações de
uma série de estupros cometidos
contra universitárias.
Nos últimos quatro anos, pelo
menos 13 universitárias -a
maioria estudantes da Unesp-
foram vítimas de estupro na cidade de Franca.
O último caso aconteceu na manhã de segunda-feira, quando
uma estudante do curso de direito
da universidade estadual, de 19
anos, foi atacada dentro da república onde mora.
O estuprador, armado com
uma faca, invadiu a casa onde vive
a estudante. Em seguida, amarrou
e amordaçou a jovem, que teve
ainda os olhos vendados, e a estuprou. Ele ficou no local por aproximadamente quatro horas.
Sem pistas
A polícia ainda não tem pistas
da identidade do maníaco. Além
disso, as investigações não levaram à prisão de nenhum suspeito
até agora. De acordo com o investigador Aderson de Oliveira Lima,
38, o criminoso pratica os crimes
sempre da mesma maneira -invade as casas onde moram as estudantes- e tenta despistar os
policiais simulando situações e
perfis diferentes em cada ataque.
No ataque realizado na segunda-feira, o estuprador fingiu ter
ingerido uma grande quantidade
de vodca e de pinga para parecer
que estava embriagado. Os investigadores, no entanto, descobriram que a bebida foi despejada na
pia da cozinha para tentar confundir os policiais.
Em outros casos, as vítimas afirmaram que o maníaco dizia morar em outra cidade.
O protesto
Os estudantes já promoveram
outros protestos em Franca para
pedir o esclarecimento dos crimes
e cobrar uma intensificação das
ações da polícia. Antes do ato realizado na manhã de ontem, a manifestação mais recente para solicitar mais segurança para os universitários foi realizada em novembro do ano passado.
Ontem, os estudantes fizeram
uma caminhada até a praça da
Matriz, onde acabou sendo realizado um ato. Uma das organizadoras do protesto, a estudante de
história da Unesp Joice Akemy de
Oliveira, 18, afirmou à Folha que
estudantes de todas as faculdades
da cidade pretendem se reunir
para preparar um protesto maior,
no qual será solicitado mais agilidade da polícia.
A DIG (Delegacia de Investigações Gerais), ligada à Polícia Civil,
informou que está aguardando o
resultado da perícia relacionada
ao estupro de segunda-feira para
tentar obter pistas que levem à
identidade do maníaco.
(KATIUCIA MAGALHÃES)
Texto Anterior: Seleção de cursinho é alvo de crítica Próximo Texto: Segurança: Exército diz que não subirá o morro no Rio Índice
|