São Paulo, sexta-feira, 06 de maio de 2005

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SOBRE RODAS

Administrador da Cidade Universitária afirma que restrição a treinos tem apoio de professores e estudantes

Veto a ciclista dificilmente cairá, diz USP

DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito do campus da USP na capital, Wanderley Messias da Costa, disse não acreditar na possibilidade de ser revertida a proibição da entrada de ciclistas na universidade. "O conselho do campus reuniu-se na terça-feira e reafirmou por unanimidade essa questão", afirmou.
Ele disse também saber que o secretário de Estado da Juventude, Esportes e Lazer, Lars Grael, está formatando uma proposta para liberar a entrada dos ciclistas no campus. "Quando chegar, vamos examiná-la. Mas, até o momento, a posição é exatamente a mesma", disse o prefeito.
Segundo ele, a USP tem tido um apoio muito grande da comunidade em relação à medida tomada. "A decisão do conselho é sintomática disso", afirmou.
As reclamações recebidas contra ciclistas dentro do campus nortearam o decreto do reitor Adolpho José Melfi, 68, que proibiu a circulação desses atletas. Segundo o ouvidor-geral da USP, Ruy Laurenti, eram registradas, em média, três reclamações envolvendo ciclistas por semana, um número que vinha evoluindo nos últimos meses.
Na época da decisão, o ouvidor afirmou que fechar a USP para os ciclistas era uma medida que, embora "aparentemente antipática", era necessária para assegurar a segurança dos usuários.
De acordo com o decreto, ciclistas que não pertencem aos quadros da universidade só podem usar o local agora aos sábados, das 5h às 14h, e em dias de competições esportivas autorizadas pela prefeitura do campus.

Esperança
Os atletas, por meio das federações que os representam, ainda tentam reverter a decisão. Na segunda-feira, reuniram-se com o secretário Lars Grael para formular um projeto que regulamenta a entrada dos ciclistas no campus.
Entre as idéias está a de cadastrar todos os usuários e obrigá-los a usar, no capacete, o número que os identifica. Foi definido também que eles deverão respeitar horários: poderiam circular das 5h às 7h30 e das 9h às 17h, para não atrapalhar o trânsito local.
Segundo o presidente da Federação Paulista de Ciclismo, Marcos Mazzaron, os ciclistas podem reconquistar seu espaço na USP lentamente. Grael sugeriu que, se der certo a convivência entre ciclistas, veículos e pedestres nesses horários, poderia ser feito um teste para a noite. Isso possibilitaria a inclusão do grupo Night Bikers.
A redação do projeto foi finalizada ontem e deve ser enviada ao prefeito do campus e ao governador Geraldo Alckmin (PSDB). Depois, a intenção é mandar o documento para o reitor da USP.


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