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Rapaz é achado vivo 24 h após naufrágio
Leandro Souza, 18, foi encontrado agarrado a uma moita de capim no rio; já chega a 17 o número confirmado de mortos
Número de desaparecidos no rio Solimões, a 84 km de Manaus, ainda é impreciso; polícia recebeu notificação de 18 pessoas sumidas
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
Um dos passageiros do barco
que naufragou na madrugada
do último domingo em Manacapuru (84 km a oeste de Manaus) foi resgatado com vida
ontem de manhã, mais de 24
horas após o acidente.
Também ontem, equipes da
Marinha e do Corpo de Bombeiros encontraram mais dois
corpos no rio Solimões -o número confirmado de mortos
subiu para 17.
Leandro Souza, 18, foi encontrado por pescadores. "Ele estava agarrado ao capim que se
forma na água e conseguiu sobreviver", disse Sara Mota, 22,
prima do rapaz que foi ontem
ao IML (Instituto Médico Legal) de Manaus em busca de outra prima, irmã de Leandro,
que ainda está desaparecida.
A notícia do resgate animou
muitas famílias, que fazem buscas independentes com barcos.
Como o barco Comandante
Sales não tinha lista de passageiros, o número de sobreviventes e desaparecidos ainda
era impreciso ontem.
Até o final da tarde, 18 nomes
de passageiros desaparecidos
haviam sido registrados por familiares na Polícia Civil em
Manacapuru. O barco tinha capacidade para 50 pessoas.
Dos 17 mortos confirmados,
sete eram homens e dez, mulheres. Tinham de 14 a 44 anos.
Apenas uma mulher não havia
sido identificada até ontem.
O Corpo de Bombeiros estima que o barco de madeira, de
dois andares e cerca de 20 metros de comprimento, tenha
naufragado com cerca de 80
pessoas. Segundo a Marinha, a
embarcação estava em situação
irregular na Capitania Fluvial
da Amazônia Ocidental.
O delegado Antônio Rodrigues, que abriu inquérito para
apurar se houve negligência,
imperícia e excesso de passageiros, afirmou que como há
dados desencontrados sobre os
passageiros do barco, só irá
confirmar o número de desaparecidos se as famílias registrarem os casos na polícia.
Em razão da correnteza, que
pode ter levado corpos para
longe, as buscas se estenderam
por um raio de 30 km -do local
do acidente até a costa do Iranduba, a 25 km de Manaus.
Remoinho
Sobreviventes do naufrágio
relataram que, devido ao excesso de passageiros, o barco não
conseguiu passar por um remoinho, movimento em círculo causado pelo cruzamento de
ondas ou ventos, também chamado de "rebojo". O barco tombou para a esquerda com a força das águas e ficou com a lateral totalmente submersa.
A maior parte dos passageiros era de adolescentes de comunidades católicas. Eles participaram da festa do Divino
Espírito Santo na comunidade
Lago do Pesqueiro.
O retorno a Manacapuru seria feito em viagem de barco de
uma hora. O acidente foi logo
após metade do percurso.
O dono do barco, Francisco
Alves Sales, 44, que morreu no
acidente, não fez a contagem
dos passageiros, que pagaram
R$ 5 pela viagem.
Em janeiro, ele chegou a ser
autuado por não ter a documentação exigida e navegar
sem tripulação habilitada.
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