São Paulo, sábado, 6 de junho de 1998

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Perícia investiga paletó de promotor

MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local

O promotor Igor Ferreira da Silva, 31, entregou ontem à polícia o paletó preto que ele afirma que estava vestindo na madrugada de anteontem, quando sua mulher, Patrícia Aggio Longo, grávida de oito meses, foi morta.
O Instituto de Criminalística fará na veste um exame residuográfico para checar se há resíduos de metais, como chumbo e cobre, no paletó do promotor.
Silva entregou o paletó na delegacia central de Atibaia, onde chegou para depor às 12h de ontem, após o enterro de Patrícia, realizado ontem de manhã.
A polícia, promotores que acompanham o caso e o procurador-geral de Justiça, Luiz Antonio Marrey, continuam a afirmar que o promotor Igor não é suspeito do crime e que a investigação parte da hipótese de latrocínio, mas que outras possibilidades não estão descartadas.
"O Igor só é vítima até agora. A mulher dele foi morta, e ele perdeu também o filho que iria nascer", disse o promotor licenciado Arthur Migliari Júnior, amigo da família e que está acompanhando o caso espontaneamente.
Segundo Migliari, o suspeito do crime seria uma pessoa cujas características batem com as do indivíduo descrito por Igor.
Conhecido como "Romário", o suspeito estaria fora do Estado, e seu primeiro nome seria Amaro.
Mas um policial que participa da investigação pediu ontem a emissoras de TV imagens do promotor na madrugada de anteontem.
A intenção seria esclarecer se o terno entregue pelo promotor ontem é ou não o mesmo que usava na madrugada do crime.
Além do promotor, que se negou a dar entrevistas após mais de duas horas e meia na delegacia, depuseram o vigia Daniel Francisco de Matos e o pedreiro José Conceição. Matos teria visto a picape do promotor na noite do crime, mas saiu escondido da delegacia. Conceição disse que nada viu.
O delegado seccional interino de Bragança Paulista, Luiz Roberto Torricelli, passou a comandar as investigações.
O delegado Fernão Dias da Silva Leme, que comandava a investigação, alegou que deixou o comando do inquérito por razões pessoais. Leme estudou com o promotor na Academia da Polícia Civil.



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