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Controladores estão trabalhando mais, diz chefe do Cindacta
Eduardo Raulino afirmou que até o horário de refeição foi mudado; sargentos são obrigados a comer na sala de controle
Depoimento foi dado à CPI do Apagão; segundo o comandante, oficiais quase perderam a autoridade antes das punições
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os controladores estão trabalhando mais que a carga horária de 156 horas mensais desde que o governo autorizou o
Comando da Aeronáutica a endurecer com a categoria, afirmou o comandante do Cindacta-1, em Brasília, coronel
Eduardo Raulino, à CPI do
Apagão Aéreo da Câmara.
Segundo ele, até o horário de
refeição dos sargentos foi afetado: eles agora são obrigados a
lanchar na sala do centro de
controle. "A saída até o restaurante dura 40 minutos, então
passamos a oferecer das 17 às
20 horas, horário de pico, a refeição dentro do Cindacta", disse. A solução, afirmou Raulino,
é buscar mais "controladores".
Mesmo com as novas contratações e transferências, o número
de operadores ainda é abaixo
do considerado ideal.
O comandante admitiu ainda
que, nos últimos meses, os oficiais quase "perderam a autoridade" nos centros de controle.
O IPM (Inquérito Policial Militar) sobre o motim de 30 de
março e a CPI pioraram a situação. Raulino disse que a autoridade foi resgatada no dia 22,
quando a punição aos controladores aconteceu. O trabalho
hoje ocorre em harmonia, diz.
O movimento dos controladores, disse, cresceu após a
CPI. "Após o início da CPI houve um aumento muito grande
de relatório de perigo e de tentativa de desestabilização emocional de um grupo de controladores sobre os outros."
Raulino disse ainda que o
Cindacta-1 não tinha, até o acidente com o vôo da Gol, em setembro, radar na região do sul
do Pará onde ocorreu a colisão
-local conhecido como "buraco negro". A Polícia Federal indiciou sargentos do Cindacta-1
pelo acidente -um deles por
crime doloso (com intenção).
Ele observou, porém, que a
visualização "não é condição
primária para o controle do tráfego", mas sim a comunicação.
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