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TELEFONIA
Empresa coloca culpa em outras operadoras, que não teriam ficado prontas a tempo
Embratel diz que nem todos os testes previstos foram feitos
FERNANDA DA ESCÓSSIA
da Sucursal do Rio
O presidente da Embratel, Dilio
Penedo, disse ontem que foram
feitos "os testes possíveis" -mas
não todos os previstos- para a
implantação do novo sistema.
Penedo atribuiu a responsabilidade pela não-realização dos testes às outras operadoras. "Os que
não foram feitos foi porque não
foi possível fazer, mas não foi por
problemas nossos", afirmou.
Questionado por que não foram
feitos todos os testes conjuntos
entre a Telemar e a Embratel, Penedo retrucou: "Você perguntou
à Telemar quando as centrais dela
ficaram prontas?"
Na quinta-feira, uma das operadoras regionais só tinha 13% das
centrais prontas, segundo um
membro da diretoria da Embratel
que pediu para não ser identificado. Do total de testes previstos entre a Embratel e as demais operadoras, só cerca de 50% do programado tinha sido concluído.
O vice-presidente de tecnologia
da Telemar, Geraldo Araújo, disse
que, na quinta-feira da semana
passada, todas as centrais da empresa estavam funcionando. Ele
não informou se todos os testes
previstos foram efetuados.
Sobre a realização dos testes
com a Telefônica, Penedo afirmou: "A Telefônica não se preparou. Ela tem poucas centrais preparadas para o código".
Não é o que diz a Telefônica. A
empresa afirma que todas as suas
centrais foram testadas três vezes
antes da estréia do sistema.
Penedo disse que as 43 centrais
da Embratel já estavam preparadas para a implantação do novo
sistema no domingo, 27 de junho.
Segundo ele, porém, nem todas as
aproximadamente 13 mil centrais
das operadoras foram adaptadas.
O presidente da Embratel afirmou, porém, que mesmo sem fazer todos os testes, a empresa considerou que já era possível implantar o novo sistema. "Os testes
foram suficientes, senão ninguém
tomaria uma decisão de fazer
uma loucura."
Responsabilidades
Penedo insistiu que a Embratel
não é a única responsável pelos
problemas. "Não houve um perfeito entrosamento entre as empresas. Vamos enviar um relatório à Anatel com todos os problemas, porque a Embratel é a única
que tem condições de verificar o
que aconteceu em todo o país."
Ele pediu que a população use o
telefone o menos possível e previu
que a situação esteja normalizada
até o final desta semana.
A Embratel informou que os
problemas com erros de programação em duas centrais do Rio e
quatro de São Paulo foram solucionados, mas insistiu que ainda
há defeitos em centrais de outras
operadoras, principalmente dificuldade de transcodificação de
informações.
Os técnicos já sabem que um
dos principais problemas na mudança de sistema foi o que eles
chamam de "conflito de comandos" entre a base de dados já existente e a que foi implantada.
O chefe da divisão de telefonia
da Embratel, Roberto Alimonda
Salazar, afirmou que parte da antiga base de dados foi aproveitada. Quando o novo sistema foi
iniciado, com um volume muito
grande de informações num período curto, houve dificuldade
para que as duas bases de dados
se adequassem.
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