São Paulo, Terça-feira, 06 de Julho de 1999
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TELEFONIA
Empresa coloca culpa em outras operadoras, que não teriam ficado prontas a tempo
Embratel diz que nem todos os testes previstos foram feitos

FERNANDA DA ESCÓSSIA
da Sucursal do Rio

O presidente da Embratel, Dilio Penedo, disse ontem que foram feitos "os testes possíveis" -mas não todos os previstos- para a implantação do novo sistema.
Penedo atribuiu a responsabilidade pela não-realização dos testes às outras operadoras. "Os que não foram feitos foi porque não foi possível fazer, mas não foi por problemas nossos", afirmou.
Questionado por que não foram feitos todos os testes conjuntos entre a Telemar e a Embratel, Penedo retrucou: "Você perguntou à Telemar quando as centrais dela ficaram prontas?"
Na quinta-feira, uma das operadoras regionais só tinha 13% das centrais prontas, segundo um membro da diretoria da Embratel que pediu para não ser identificado. Do total de testes previstos entre a Embratel e as demais operadoras, só cerca de 50% do programado tinha sido concluído.
O vice-presidente de tecnologia da Telemar, Geraldo Araújo, disse que, na quinta-feira da semana passada, todas as centrais da empresa estavam funcionando. Ele não informou se todos os testes previstos foram efetuados.
Sobre a realização dos testes com a Telefônica, Penedo afirmou: "A Telefônica não se preparou. Ela tem poucas centrais preparadas para o código".
Não é o que diz a Telefônica. A empresa afirma que todas as suas centrais foram testadas três vezes antes da estréia do sistema.
Penedo disse que as 43 centrais da Embratel já estavam preparadas para a implantação do novo sistema no domingo, 27 de junho. Segundo ele, porém, nem todas as aproximadamente 13 mil centrais das operadoras foram adaptadas.
O presidente da Embratel afirmou, porém, que mesmo sem fazer todos os testes, a empresa considerou que já era possível implantar o novo sistema. "Os testes foram suficientes, senão ninguém tomaria uma decisão de fazer uma loucura."

Responsabilidades
Penedo insistiu que a Embratel não é a única responsável pelos problemas. "Não houve um perfeito entrosamento entre as empresas. Vamos enviar um relatório à Anatel com todos os problemas, porque a Embratel é a única que tem condições de verificar o que aconteceu em todo o país."
Ele pediu que a população use o telefone o menos possível e previu que a situação esteja normalizada até o final desta semana.
A Embratel informou que os problemas com erros de programação em duas centrais do Rio e quatro de São Paulo foram solucionados, mas insistiu que ainda há defeitos em centrais de outras operadoras, principalmente dificuldade de transcodificação de informações.
Os técnicos já sabem que um dos principais problemas na mudança de sistema foi o que eles chamam de "conflito de comandos" entre a base de dados já existente e a que foi implantada.
O chefe da divisão de telefonia da Embratel, Roberto Alimonda Salazar, afirmou que parte da antiga base de dados foi aproveitada. Quando o novo sistema foi iniciado, com um volume muito grande de informações num período curto, houve dificuldade para que as duas bases de dados se adequassem.


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