São Paulo, Terça-feira, 06 de Julho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Encontro discute mudanças em ensino de filosofia infantil

MIRNA FEITOZA
enviada especial a Brasília

Passados 30 anos da criação do programa "Filosofia para Crianças", educadores, filósofos e especialistas debatem as perspectivas e os limites da metodologia elaborada por Matthew Lipman, da Universidade Estadual de Montclair (Nova Jersey, EUA).
A iniciativa de Lipman, hoje disseminada em mais de 60 países, é o tema do Congresso Internacional de Filosofia com Crianças e Jovens, que reúne mais de mil pessoas em Brasília.
Introduzida no Brasil, em 1985, pela norte-americana naturalizada brasileira Catherine Young Silva, o programa oferece a criança a possibilidade de especular sobre temas filosóficos -como os conceitos de verdade, realidade, ética e justiça-, estimulando-as a fazer seus próprios julgamentos.
Essas questões são colocadas em sala de aula a partir de histórias infantis escritas por Lipman, cujos personagens são crianças.
Durante sua conferência ontem no congresso, o professor Moacir Gadotti, diretor do Instituto Paulo Freire, aproximou a proposta de Lipman das idéias de Jean Piaget e Paulo Freire.
Citando Freire, Gadotti destacou que educar é impregnar de sentido cada ato cotidiano. "Não se trata de decorar definições filosóficas, o mais importante é estimular a criança a pensar criticamente a realidade em que vive."
Embora seja um entusiasta da proposta, Gadotti argumentou que o modelo de Lipman precisa ser reinventado. "É preciso adequar os textos, reinventá-los", referindo-se à aplicação das histórias do norte-americano nas escolas de outros países.
O Brasil é o país em que o ensino de filosofia para crianças está mais disseminado. Já são mais de 500 escolas, somando 300 mil alunos e 12 mil professores trabalhando com a proposta.


Texto Anterior: Ribeiro quer juntar forças contra FHC
Próximo Texto: Fraga estava na hora de tiroteio em clube
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.