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Encontro discute mudanças em ensino de filosofia infantil
MIRNA FEITOZA
enviada especial a Brasília
Passados 30 anos da criação do
programa "Filosofia para Crianças", educadores, filósofos e especialistas debatem as perspectivas
e os limites da metodologia elaborada por Matthew Lipman, da
Universidade Estadual de Montclair (Nova Jersey, EUA).
A iniciativa de Lipman, hoje disseminada em mais de 60 países, é
o tema do Congresso Internacional de Filosofia com Crianças e
Jovens, que reúne mais de mil
pessoas em Brasília.
Introduzida no Brasil, em 1985,
pela norte-americana naturalizada brasileira Catherine Young Silva, o programa oferece a criança a
possibilidade de especular sobre
temas filosóficos -como os conceitos de verdade, realidade, ética
e justiça-, estimulando-as a fazer seus próprios julgamentos.
Essas questões são colocadas
em sala de aula a partir de histórias infantis escritas por Lipman,
cujos personagens são crianças.
Durante sua conferência ontem
no congresso, o professor Moacir
Gadotti, diretor do Instituto Paulo Freire, aproximou a proposta
de Lipman das idéias de Jean Piaget e Paulo Freire.
Citando Freire, Gadotti destacou que educar é impregnar de
sentido cada ato cotidiano. "Não
se trata de decorar definições filosóficas, o mais importante é estimular a criança a pensar criticamente a realidade em que vive."
Embora seja um entusiasta da
proposta, Gadotti argumentou
que o modelo de Lipman precisa
ser reinventado. "É preciso adequar os textos, reinventá-los", referindo-se à aplicação das histórias do norte-americano nas escolas de outros países.
O Brasil é o país em que o ensino de filosofia para crianças está
mais disseminado. Já são mais de
500 escolas, somando 300 mil alunos e 12 mil professores trabalhando com a proposta.
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