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Secretário diz que não tolera abusos
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Saulo Abreu
de Castro Filho, afirmou ontem
que as denúncias de tortura feitas
por Valdinei Sabino da Silva estão
sendo apuradas pela Corregedoria da Polícia Civil e que não haverá tolerância caso seja comprovado abuso de autoridade.
Entretanto o secretário afirmou
que o DHPP (Departamento de
Homicídios e Proteção à Pessoa)
não possui "tradição" em casos de
violência e chegou a afirmar que o
garçom não havia sido torturado.
"Ele [Silva] confessou alguma
coisa mediante tortura, violência,
grave ameaça? Não. Ninguém o
torturou, até porque, se fosse [feita a tortura] para ele confessar, teríamos uma confissão inidônea."
O secretário também considera
que a prisão de Silva foi realizada
de forma legal. Para o juiz José
Fernando Azevedo Minhoto, da
2ª Vara Criminal de Itu, a prisão
foi ilegal, já que os policiais entraram na casa de Silva sem mandado judicial. "Não vou polemizar
com o juiz. Ele devia dizer isso nos
autos. Vamos esperar o que ele vai
decidir. Ele escreve e eu respondo
por escrito", afirmou.
O secretário, que acompanhou
ontem operação de incineração
de drogas na cidade de Suzano,
também atribuiu ao juiz a demora
na soltura de Silva. Segundo ele, o
diretor do Deic (Departamento
Estadual de Investigações Criminais), Godofredo Bittencourt, foi
a Itu assim que foi confirmada a
inocência do garçom. "O magistrado não quis receber, disse que
só no dia seguinte. Aí demorou o
tempo que achou importante para analisar."
O delegado-geral da Polícia Civil, Marco Antonio Desgualdo,
disse que "em momento algum"
Silva recebeu voz de prisão.
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