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Alckmin ligou há 2 semanas para avisar dos riscos
DA REPORTAGEM LOCAL
"O governador [Geraldo
Alckmin, do PSDB] ligou há
duas semanas para o meu bispo avisando para tomar cuidado porque meu nome estava na
lista de pessoas a serem sequestradas, como represália a tudo
o que o governo está fazendo
para acabar com o PCC e o
CV", afirmou ontem o padre
Marcelo Rossi.
Na terça, o próprio secretário
da Segurança Pública do Estado, Saulo de Castro Abreu Filho, ligou para ele avisando que
haviam aparecido informações
mais concretas, que já existiriam planos, roteiros -ou seja,
pistas de que a ameaça poderia
ser concretizada.
"Imagina a minha situação.
Dirijo meu próprio carro. Não
estava dirigindo mais meu carro, por questão de segurança.
De repente, agora, estou com
seguranças", disse Rossi.
Apesar disso, o padre afirmou que não se preocupou até
a última quarta-feira. Após
cumprir uma agenda de divulgação do seu filme, na zona sul
de São Paulo, Rossi seguia de
carro para a cúria, acompanhado do motorista. Atrás, vinha
outro carro, da escolta policial.
"Um Escort entrou com tudo
na nossa frente para nos fechar,
para bater. Os guardas que vinham atrás já estavam com as
armas preparadas. Naquela hora, eu gelei. Graças a Deus, o
Chico [motorista] foi feliz e não
deixou que isso acontecesse,
porque eles queriam que batesse", afirmou o padre.
O veículo desconhecido desapareceu sem deixar pistas.
Não se sabe se eram realmente
os supostos sequestradores ligados à facção criminosa.
No dia seguinte, o mesmo
motorista recebeu um telefonema anônimo, perguntando
se ele era o "chofer" do padre.
"Ele ficou assustado, aterrorizado", disse Marcelo Rossi.
Ele tem cumprido sua agenda
diária de compromissos, inclusive visitas a hospitais, acompanhado por vários policiais. A
escolta foi uma sugestão da
própria Secretaria da Segurança Pública do Estado.
"A coisa [ameaça] não era
para ser pública. Agora que ela
se tornou pública, creio que a
situação deve melhorar. Não
sei o que vai acontecer. Imagina a minha situação: entrar em
hospital com dois, três policiais
ao lado. É uma situação muito
constrangedora", afirmou.
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