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São Paulo, sábado, 06 de setembro de 2003

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Alckmin ligou há 2 semanas para avisar dos riscos

DA REPORTAGEM LOCAL

"O governador [Geraldo Alckmin, do PSDB] ligou há duas semanas para o meu bispo avisando para tomar cuidado porque meu nome estava na lista de pessoas a serem sequestradas, como represália a tudo o que o governo está fazendo para acabar com o PCC e o CV", afirmou ontem o padre Marcelo Rossi.
Na terça, o próprio secretário da Segurança Pública do Estado, Saulo de Castro Abreu Filho, ligou para ele avisando que haviam aparecido informações mais concretas, que já existiriam planos, roteiros -ou seja, pistas de que a ameaça poderia ser concretizada.
"Imagina a minha situação. Dirijo meu próprio carro. Não estava dirigindo mais meu carro, por questão de segurança. De repente, agora, estou com seguranças", disse Rossi.
Apesar disso, o padre afirmou que não se preocupou até a última quarta-feira. Após cumprir uma agenda de divulgação do seu filme, na zona sul de São Paulo, Rossi seguia de carro para a cúria, acompanhado do motorista. Atrás, vinha outro carro, da escolta policial.
"Um Escort entrou com tudo na nossa frente para nos fechar, para bater. Os guardas que vinham atrás já estavam com as armas preparadas. Naquela hora, eu gelei. Graças a Deus, o Chico [motorista] foi feliz e não deixou que isso acontecesse, porque eles queriam que batesse", afirmou o padre.
O veículo desconhecido desapareceu sem deixar pistas. Não se sabe se eram realmente os supostos sequestradores ligados à facção criminosa.
No dia seguinte, o mesmo motorista recebeu um telefonema anônimo, perguntando se ele era o "chofer" do padre. "Ele ficou assustado, aterrorizado", disse Marcelo Rossi.
Ele tem cumprido sua agenda diária de compromissos, inclusive visitas a hospitais, acompanhado por vários policiais. A escolta foi uma sugestão da própria Secretaria da Segurança Pública do Estado.
"A coisa [ameaça] não era para ser pública. Agora que ela se tornou pública, creio que a situação deve melhorar. Não sei o que vai acontecer. Imagina a minha situação: entrar em hospital com dois, três policiais ao lado. É uma situação muito constrangedora", afirmou.


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