São Paulo, terça-feira, 06 de setembro de 2005

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EM CASA

Segundo a polícia, câmera escondida teria revelado que empregada doméstica misturava água sanitária ao leite

Doméstica é presa acusada de intoxicar bebê

DO "AGORA"

A empregada doméstica A.M.S., 48, foi presa na manhã de ontem sob a acusação de misturar água sanitária ao leite de uma recém-nascida de três meses. A suposta vítima é filha dos patrões da doméstica, um casal de classe média da Vila Carrão (zona leste de São Paulo).
O bebê passou por uma bateria de exames, fez lavagem estomacal e chegou a ser internado, mas já recebeu alta médica e passa bem. A família preferiu não informar em que hospital a menina foi tratada.
Como o bebê passou mal de segunda a sexta-feira da semana passada, os pais, desconfiados, chamaram uma empresa para instalar uma microcâmera no relógio da cozinha.
Ontem a câmera registrou a empregada esquentando água para misturar a um tipo de leite em pó especial para recém-nascidos. Em seguida, ela sai da cozinha e leva a panela à lavandeira. Segundo a polícia, o vídeo mostra, ainda, um líquido na panela quando a mulher volta.
As imagens, porém, não mostram a suspeita colocando alguma coisa no recipiente.
Logo após assistir às cenas, o pai da menina, um comerciante de 31 anos, acionou a Polícia Militar e levou a água que estava na panela para análises no Instituto Adolfo Lutz, que teriam identificado o líquido como água sanitária.

"Trabalhadora"
A empregada foi presa na casa dos patrões."Ela confessou o crime, mas não soube dizer o porquê", afirmou o delegado Wanderley Afonso da Costa Júnior, titular do 31º DP (Vila Carrão).
A.M.S., mãe de cinco filhos, foi autuada por tentativa de homicídio. Ela não tinha antecedentes criminais.
Na delegacia, familiares disseram que a suspeita é uma "mulher muito trabalhadora".

Inveja
A mãe do bebê, uma propagandista de 33 anos, disse que sentiu cheiro de cândida na filha na última quinta e sexta-feira.
Ela contou que A.M.S. foi contratada há cerca de seis meses porque tinha referências de amigos e, até a semana passada, "parecia ser uma boa pessoa".
Ela e o marido desconfiaram da empregada doméstica quando começaram a perceber que a menina só passava mal quando eles saíam de casa.
"Nunca deixei ela encostar no bebê, estou de licença-maternidade. Ela apenas esquentava a água. Esse foi o meio que ela encontrou", afirmou.
A mãe acredita que o motivo para o suposto crime possa ter sido "inveja". "Dou tudo o que há de melhor para a minha filha", disse diante de casa.


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