|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EM CASA
Segundo a polícia, câmera escondida teria revelado que empregada doméstica misturava água sanitária ao leite
Doméstica é presa acusada de intoxicar bebê
DO "AGORA"
A empregada doméstica
A.M.S., 48, foi presa na manhã de
ontem sob a acusação de misturar
água sanitária ao leite de uma recém-nascida de três meses. A suposta vítima é filha dos patrões da
doméstica, um casal de classe média da Vila Carrão (zona leste de
São Paulo).
O bebê passou por uma bateria
de exames, fez lavagem estomacal
e chegou a ser internado, mas já
recebeu alta médica e passa bem.
A família preferiu não informar
em que hospital a menina foi tratada.
Como o bebê passou mal de segunda a sexta-feira da semana
passada, os pais, desconfiados,
chamaram uma empresa para
instalar uma microcâmera no relógio da cozinha.
Ontem a câmera registrou a empregada esquentando água para
misturar a um tipo de leite em pó
especial para recém-nascidos. Em
seguida, ela sai da cozinha e leva a
panela à lavandeira. Segundo a
polícia, o vídeo mostra, ainda, um
líquido na panela quando a mulher volta.
As imagens, porém, não mostram a suspeita colocando alguma
coisa no recipiente.
Logo após assistir às cenas, o pai
da menina, um comerciante de 31
anos, acionou a Polícia Militar e
levou a água que estava na panela
para análises no Instituto Adolfo
Lutz, que teriam identificado o líquido como água sanitária.
"Trabalhadora"
A empregada foi presa na casa
dos patrões."Ela confessou o crime, mas não soube dizer o porquê", afirmou o delegado Wanderley Afonso da Costa Júnior, titular do 31º DP (Vila Carrão).
A.M.S., mãe de cinco filhos, foi
autuada por tentativa de homicídio. Ela não tinha antecedentes
criminais.
Na delegacia, familiares disseram que a suspeita é uma "mulher
muito trabalhadora".
Inveja
A mãe do bebê, uma propagandista de 33 anos, disse que sentiu
cheiro de cândida na filha na última quinta e sexta-feira.
Ela contou que A.M.S. foi contratada há cerca de seis meses
porque tinha referências de amigos e, até a semana passada, "parecia ser uma boa pessoa".
Ela e o marido desconfiaram da
empregada doméstica quando
começaram a perceber que a menina só passava mal quando eles
saíam de casa.
"Nunca deixei ela encostar no
bebê, estou de licença-maternidade. Ela apenas esquentava a água.
Esse foi o meio que ela encontrou", afirmou.
A mãe acredita que o motivo
para o suposto crime possa ter sido "inveja". "Dou tudo o que há
de melhor para a minha filha",
disse diante de casa.
Texto Anterior: Crônica do desespero: Família do pai de Jhéck é contra a eutanásia Próximo Texto: Infância: Tucanos são acusados de abandonar crianças Índice
|