São Paulo, sexta-feira, 06 de outubro de 2006

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Oficial nega ter havido falhas nos radares ou em centros de controle

DA SUCURSAL DO RIO

O diretor-geral do Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), tenente-brigadeiro Paulo Roberto Cardoso Vilarinho, disse ontem, no Rio, que não houve falhas nos radares nem nas torres de controle de vôo que pudessem comprometer a comunicação com o jato Legacy no período em que o avião deixou de fazer contatos.
Vilarinho declarou que, logo após a queda do Boeing-737/ 800 da Gol e nos dias subseqüentes, o Decea realizou vários sobrevôos de inspeção na região do acidente e não detectou falha nos equipamentos.
O oficial disse, porém, que o trabalho ainda não foi concluído e que um novo sobrevôo será feito para ter certeza da eficiência da atuação dos radares e das torres de controle no acompanhamento dos dois vôos. Vilarinho declarou ainda que, quando o Legacy passou de uma área de controle para outra (Brasília para Manaus), houve comunicação entre as duas torres.
Entretanto, ele não soube precisar em qual altitude voava o Legacy no momento da transferência de área de controle. Na hora da colisão, as duas aeronaves voavam a 37 mil pés.
O Legacy saiu de São José dos Campos (SP) e seguia em direção aos Estados Unidos. Entre a cidade paulista e Brasília, o avião estava sob controle do Cindacta 1 (responsável pelo quadrilátero Rio/São Paulo/ Minas e Distrito Federal). Quando cruzou a capital federal, passou a ser monitorado pelo Cindacta 4, cuja torre central é em Manaus (AM).
Vilarinho disse não acreditar que o transponder estivesse desligado no momento do acidente. Segundo ele, a aeronave fazia um vôo legal e o procedimento de desligar o aparelho costuma ser feito por aviões que operam de forma ilegal. "Acredito que possa ter havido um defeito no aparelho."
Ele reiterou que o sistema anticolisão do avião da Gol não teria como detectar a possibilidade de choque se o equipamento do Legacy também não estivesse funcionando na hora.
O diretor do Decea descartou a hipótese de haver "buracos negros" no espaço aéreo brasileiro. (MARIO HUGO MONKEN)


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