|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DROGAS
Texto é dirigido a médicos
Manual vai orientar o tratamento de usuário
AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os médicos sabem que as drogas estão por trás de grande parte
das urgências hospitalares e das
doenças que eles mesmos enfrentam. Sabem também que o profissional mais indicado para detectar as dependências e orientar no
tratamento são eles próprios.
Na prática, no entanto, o médico não sabe como diagnosticar o
paciente, não tem diretrizes para
tratá-lo ou encaminhá-lo e, muitas vezes, enfrenta a questão com
preconceito e moralismo.
Se depender das instituições
médicas, esse quadro está chegando ao fim.
A Associação Médica Brasileira
(AMB) e o Conselho Regional de
Medicina do Estado de São Paulo
(CRM) lançaram ontem um manual para "orientação e tratamento de usuários de cigarro, álcool e
drogas".
O manual é uma das cem diretrizes que a Associação Médica
Brasileira está preparando sobre a
grande maioria das doenças, declarou Eleuses Vieira de Paiva,
presidente da entidade.
A diretriz é um guia prático para
o médico não-especialista.
As drogas são divididas em álcool, tabaco, anfetaminas (inibidores do apetite e estimulantes),
benzodiazepínicos (tranquilizantes), opiáceos, cocaína, maconha
e solventes.
O manual descreve conceitos,
padrões de consumo, riscos relacionados, os critérios de diagnóstico e complicações clínicas.
"Não se trata de um consenso
-um caminho a ser seguido-,
mas de uma diretriz que o médico
adotará de acordo com o perfil do
paciente", diz Moacyr Roberto
Cuce Nobre, que coordena o projeto Diretrizes, da AMB.
Saúde Pública
O manual coloca a questão da
droga na sua condição de saúde
pública, observa Regina Parizi. Da
atual diretriz, participaram cerca
de 60 especialistas das principais
instituições que lidam com o tema, numa unanimidade nem
sempre vista nesse meio.
Mesmo o conceito de "redução
de danos", que divide parte dos
profissionais, está implícito na
sua essência.
"Todo médico está orientado a
cuidar de todos os pacientes, mesmo daqueles que não conseguem
ou não querem abandonar a droga", diz o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, que coordenou o manual. "A política será sempre de
inclusão."
Texto Anterior: Caso Diniz: Relatório sobre helicóptero aponta falhas da tripulação Próximo Texto: Panorâmica - Acidente: Homem sobrevive após 37 dias dentro de cisterna bebendo só água de chuva Índice
|