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São Paulo, sábado, 06 de dezembro de 2003

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PARANÁ

Decisão não é definitiva, mas já congela tarifas

Justiça nega pedido de empresas que permitiria reajuste de pedágios

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

A Justiça Federal negou ontem um instrumento jurídico que respaldaria o reajuste do pedágio no anel de integração rodoviária do Paraná. A decisão não é definitiva, mas respalda a posição do governo do Estado, que se recusa a autorizar o aumento, por considerá-lo "indevido".
O juiz Adriano José Pinheiro, da Vara Federal de Paranavaí (PR), indeferiu o pedido de tutela antecipada, feito por quatro das seis concessionárias. Se concedido, indiretamente ele respaldaria a atualização imediata nos preços.
As empresas Ecovia, Rodonorte, Econorte e Viapar pediram à Justiça o reconhecimento da cláusula do contrato firmado com o governo do Paraná, em 1998, que prevê o reajuste anual das tarifas.
O juiz negou o pedido justificando que o interesse das empresas não poderia se sobrepor ao interesse público, que é o de pagar tarifas de baixo preço.
"Analisando a questão, verifica-se que, de um lado, está o interesse de milhões de paranaenses e de tantos outros usuários das rodovias administradas pelas concessionárias, (...) no sentido de que as tarifas atendam ao princípio da modicidade (tenham preços módicos), mesmo porque ressoa (...) certa indignação da sociedade em relação aos valores praticados pelas concessionárias (...)", diz o juiz em um trecho do despacho.
O reflexo da decisão de Pinheiro é o congelamento das tarifas de 22 praças de pedágio aos valores de novembro. Quatro pedágios explorados pela Caminhos do Paraná terão uma queda de 30%, em média, a partir de amanhã. A redução resulta de um acordo da empresa com o governo estadual.
A empresa trocou a queda no valor da tarifa pela exploração da quinta praça de pedágio -que passa a funcionar na rodovia do Xisto, entre Curitiba e a cidade da Lapa- e fica obrigada a realizar apenas obras de manutenção nos trechos sob sua responsabilidade.
O procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, disse, por intermédio da assessoria de governo, que "o despacho vem ao encontro da posição do governo, que acredita na supremacia do interesse público".
A seção da ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias) no Paraná informou que as empresas recorrerão ao TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região. As concessionárias querem reajuste de 15,34%, mas algumas defendem até 60%.


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