São Paulo, domingo, 07 de janeiro de 2001

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Secretário espera receber as denúncias

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário Arlindo Chinaglia (Implementação das Subprefeituras) disse que os vendedores ambulantes deveriam apresentar denúncias formais sobre a extorsão praticadas pelos fiscais.
"É fundamental que os ambulantes -ou quem ser que seja- apresentem uma denúncia. Falar que tem propina mas não dizer quem está cobrando nos impede de agir", afirma Chinaglia.
Segundo ele, as denúncias podem ser apresentadas "em qualquer lugar". "Se quiser, pode ligar para mim aqui (na secretaria)." Diz que a prefeitura criará um telefone 0800 e espalhar caixas para receber denúncias contra fiscais.
"Nada impede que as denúncias sejam anônimas, mas é importante que elas dêem pistas para que a polícia possa agir. Dizer que está havendo corrupção numa rua ou numa feira não basta."
Ele diz que não pode utilizar a estrutura da secretaria no combate à corrupção porque há outras prioridades, como a limpeza de ruas, bueiros e córregos.
Chinaglia afirma que não tem condições de armar campanas com seus funcionários para poder flagrar a extorsão contra camelôs.
"Vamos querer agir, mas pode não ser uma ação de funcionários nossos. Posso chegar para o Ministério Público, para a Polícia Militar ou para a Polícia Federal e discutir (uma ação conjunta)."
Ele diz que a prefeitura dará "absoluto apoio" para "toda e qualquer ação" que tenha por objetivo "acabar com atividades ilegais". Para ele, o fiscal que recebe propina não fiscaliza.
Chinaglia afirma ser importante que os fiscais atuem para impedir que os camelôs tomem as ruas onde ainda não estão instalados.
"Onde é proibido, não vai ter ambulante. Onde eles já estão há tempos, haverá um processo de reorganização da cidade."
Segundo ele, a Secretaria de Planejamento Urbano deverá pensar a reorganização da cidade.
Ele afirma ter recebido informações de que houve um suposto "movimento organizado pela direita" para que a cidade fosse tomada por camelôs em 1º de janeiro. "Tomamos medidas, foi mobilizada a GCM (Guarda Civil Metropolitana), e isso não ocorreu."
O secretário diz que ainda não sabe se será possível todos os camelôs que atualmente trabalham no comércio ambulante na cidade. Ele afirma ter informações de que haveria comerciantes que venderiam supostas cargas roubadas por meio de camelôs.


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