|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Clube de futebol também quer isenção
DO "AGORA"
O São Paulo Futebol Clube quer
pegar uma carona na decisão da
prefeita Marta Suplicy de isentar
do pagamento de IPTU os moradores da capital que tiveram prejuízo com as enchentes dos últimos dias. A sede do clube, no Morumbi (zona oeste), foi parcialmente destruída pelas águas nesta
semana -o prejuízo, segundo o
Tricolor, foi superior a R$ 500 mil.
Caso consiga emplacar a medida, o Tricolor sairia no lucro. "Seria uma economia de R$ 1,6 milhões", disse José Roberto Canassa, diretor administrativo. O clube está em obras para reparar o
estrago -a reabertura está marcada para segunda. As primeiras
providências foram a limpeza da
lama, a reconstrução do muro
derrubado pelas águas e a recuperação dos vestiários do estádio do
Morumbi para o jogo, amanhã,
entre Corinthians e Portuguesa.
Para convencer o poder público,
os dirigentes apostam na importância do clube. "O São Paulo é
um cartão-postal do município."
Lama
"Pena que errei o alvo. Em vez
da Marta, acertei o segurança", lamentava, ontem, a doméstica
Luana Santos, 22, que mora à
margem do córrego Aricanduva
(zona leste) e que, na quarta, teve
a casa alagada. Anteontem, durante a visita da prefeita ao bairro,
tentou jogar lama nela.
Grávida de quatro meses, Luana
mora com um filho de três anos, a
irmã e seis sobrinhos no térreo de
um sobrado na rua Ganges -travessa da av. Aricanduva. Durante
a chuva, a água atingiu 1,70 m.
Ela conseguiu levar a TV para o
andar de cima, mas a geladeira, as
camas e o fogão ficaram submersos. O fogão resistiu, mas a geladeira não funciona mais.
Após salvar a TV e deixar o filho
com a tia, ela foi nadando, segundo conta, à casa da mãe, numa rua
paralela, para socorrê-la. "Os vizinhos já tinham ajudado minha
mãe a subir no telhado."
A água só escoou após uma hora. No dia seguinte, ao ver Marta,
Luana não teve dúvidas. "Fiquei
atrás dela o tempo todo. Queria
mostrar minha situação. Sei que
ela não é a única culpada, mas
precisa fazer alguma coisa", disse.
Ontem, Luana e os demais moradores da rua Ganges receberam
colchões e cestas básicas.
Texto Anterior: Petista pede até água sanitária Próximo Texto: Zona de risco: Morador não quer deixar área Índice
|