São Paulo, sábado, 07 de fevereiro de 2004

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Clube de futebol também quer isenção

DO "AGORA"

O São Paulo Futebol Clube quer pegar uma carona na decisão da prefeita Marta Suplicy de isentar do pagamento de IPTU os moradores da capital que tiveram prejuízo com as enchentes dos últimos dias. A sede do clube, no Morumbi (zona oeste), foi parcialmente destruída pelas águas nesta semana -o prejuízo, segundo o Tricolor, foi superior a R$ 500 mil.
Caso consiga emplacar a medida, o Tricolor sairia no lucro. "Seria uma economia de R$ 1,6 milhões", disse José Roberto Canassa, diretor administrativo. O clube está em obras para reparar o estrago -a reabertura está marcada para segunda. As primeiras providências foram a limpeza da lama, a reconstrução do muro derrubado pelas águas e a recuperação dos vestiários do estádio do Morumbi para o jogo, amanhã, entre Corinthians e Portuguesa. Para convencer o poder público, os dirigentes apostam na importância do clube. "O São Paulo é um cartão-postal do município."

Lama
"Pena que errei o alvo. Em vez da Marta, acertei o segurança", lamentava, ontem, a doméstica Luana Santos, 22, que mora à margem do córrego Aricanduva (zona leste) e que, na quarta, teve a casa alagada. Anteontem, durante a visita da prefeita ao bairro, tentou jogar lama nela.
Grávida de quatro meses, Luana mora com um filho de três anos, a irmã e seis sobrinhos no térreo de um sobrado na rua Ganges -travessa da av. Aricanduva. Durante a chuva, a água atingiu 1,70 m.
Ela conseguiu levar a TV para o andar de cima, mas a geladeira, as camas e o fogão ficaram submersos. O fogão resistiu, mas a geladeira não funciona mais.
Após salvar a TV e deixar o filho com a tia, ela foi nadando, segundo conta, à casa da mãe, numa rua paralela, para socorrê-la. "Os vizinhos já tinham ajudado minha mãe a subir no telhado."
A água só escoou após uma hora. No dia seguinte, ao ver Marta, Luana não teve dúvidas. "Fiquei atrás dela o tempo todo. Queria mostrar minha situação. Sei que ela não é a única culpada, mas precisa fazer alguma coisa", disse.
Ontem, Luana e os demais moradores da rua Ganges receberam colchões e cestas básicas.


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