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Municípios e Estados apoiam medida, mas pedem verba e prazo
DA REPORTAGEM LOCAL
Os representantes dos secretários municipais e estaduais
de Educação afirmaram apoiar
a ampliação da obrigatoriedade
no ensino, mas ressalvam que
precisarão de tempo e de recursos adicionais para aumentar o
número de matrículas.
"A intenção é positiva, estamos atrasados até com relação
aos países vizinhos", disse a
presidente da Undime (entidade representante dos secretários municipais), Justina Iva de
Araújo Silva. As redes municipais são as principais responsáveis pelas pré-escolas.
"Haverá forte reflexo nas redes, pois será necessário construir escolas e contratar professores. Precisamos de tempo razoável para implantação e recursos da União."
A presidente do Consed (que
representa secretários estaduais), Maria Auxiliadora Rezende, também defende verba
federal e prazo. "Cinco anos
bastam, desde que haja metas
intermediárias." Os Estados
respondem pelo ensino médio.
Segundo ele, há redes com
falta de vagas, principalmente
no Nordeste. Em outras, o desafio é atrair os alunos à escola.
Para parte dos jovens, o ensino
médio público é visto como de
pouca utilidade, por não dar a
formação ideal ao vestibular
nem formação profissional.
"Outro problema será atrair
mais professores. Hoje já há
falta, e a situação vai piorar com
mais matrículas."
Responsável pela área de
educação do Unicef, Maria de
Salete Silva defende a obrigatoriedade. "O desafio será garantir qualidade. No fundamental,
a cobertura aumentou e a qualidade caiu. O atendimento tem
de vir junto a diretrizes de garantia de qualidade", afirmou.
Salomão Ximenes, da ONG
Ação Educativa, diz que "é positivo cobrar do poder público o
aumento das vagas". Ele afirma, porém, que precisa ser discutida a responsabilização da
família pela não-matrícula. "É
complicado responsabilizar o
pai caso um jovem de 17 anos
não seja atraído pela escola."
Coordenador da área de Infância e Juventude da Promotoria de SP, Lélio de Siqueira
Neto diz que a ampliação da
obrigatoriedade "dá mais força
judicial para cobrar políticas
públicas dos governantes".
Início das aulas
O governo de São Paulo vai
tentar derrubar liminar obtida
pela Apeoesp (sindicato dos docentes) na Justiça que incluiu
no processo de atribuição (distribuição) de aulas os professores temporários que não fizeram um exame de seleção, criado em 2008. O impasse fez com
que o início das aulas, na próxima quarta, fosse adiado para a
segunda-feira seguinte.
(FT)
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