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São Paulo, sexta-feira, 07 de março de 2003

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Média é menor que a mundial

DA SUCURSAL DO RIO

Apesar de a população brasileira mais pobre ainda apresentar níveis considerados altos da taxa de fecundidade, a média brasileira de filhos por mulher apurada pelo Censo de 2000, de 2,38, é abaixo da média mundial, de 2,8, e vem caindo em ritmo acelerado desde a década de 70.
"O Brasil reduziu a fecundidade em 30 anos na mesma proporção que nações européias demoraram mais de cem anos para reduzir", afirma Juarez Castro Oliveira, do IBGE. As explicações mais citadas para isso são a disseminação de pílulas anticoncepcionais e de técnicas de esterilização, além da mudança no comportamento da família brasileira, com a entrada da mulher no mercado de trabalho e a valorização de padrões de vida mais consumistas.
O exemplo brasileiro chegou a ser citado no relatório "A Situação da População Mundial 2002", publicado no ano passado pela ONU. Segundo o relatório, a redução do crescimento da população brasileira representou um crescimento econômico de 0,7% do PIB (soma de todas as riquezas produzidas por uma nação) por ano de 1972 a 1994.
Essa conta é feita da seguinte maneira: se a taxa de fecundidade não tivesse diminuído, a população brasileira seria maior. Sendo maior, haveria consequentemente um número maior de pessoas para entrar no cálculo de divisão das riquezas produzidas, o que diminuiria o PIB per capita.
Apesar de citar como fator positivo a redução da fecundidade entre as populações mais pobres, a ONU é contrária a qualquer tentativa de controle de natalidade feita por governos e imposta à população. Segundo a entidade, cabe a cada família decidir quantos filhos quer ter. O papel do Estado seria o de dar instrumentos para que as famílias possam fazer, por sua própria vontade, o controle.


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