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Média é menor que a mundial
DA SUCURSAL DO RIO
Apesar de a população brasileira mais pobre ainda apresentar
níveis considerados altos da taxa
de fecundidade, a média brasileira de filhos por mulher apurada
pelo Censo de 2000, de 2,38, é
abaixo da média mundial, de 2,8,
e vem caindo em ritmo acelerado
desde a década de 70.
"O Brasil reduziu a fecundidade
em 30 anos na mesma proporção
que nações européias demoraram
mais de cem anos para reduzir",
afirma Juarez Castro Oliveira, do
IBGE. As explicações mais citadas
para isso são a disseminação de
pílulas anticoncepcionais e de técnicas de esterilização, além da
mudança no comportamento da
família brasileira, com a entrada
da mulher no mercado de trabalho e a valorização de padrões de
vida mais consumistas.
O exemplo brasileiro chegou a
ser citado no relatório "A Situação
da População Mundial 2002", publicado no ano passado pela
ONU. Segundo o relatório, a redução do crescimento da população brasileira representou um
crescimento econômico de 0,7%
do PIB (soma de todas as riquezas
produzidas por uma nação) por
ano de 1972 a 1994.
Essa conta é feita da seguinte
maneira: se a taxa de fecundidade
não tivesse diminuído, a população brasileira seria maior. Sendo
maior, haveria consequentemente um número maior de pessoas
para entrar no cálculo de divisão
das riquezas produzidas, o que diminuiria o PIB per capita.
Apesar de citar como fator positivo a redução da fecundidade entre as populações mais pobres, a
ONU é contrária a qualquer tentativa de controle de natalidade
feita por governos e imposta à população. Segundo a entidade, cabe a cada família decidir quantos
filhos quer ter. O papel do Estado
seria o de dar instrumentos para
que as famílias possam fazer, por
sua própria vontade, o controle.
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