São Paulo, sexta-feira, 07 de março de 2008

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Casa do ministro Miguel Jorge é assaltada em SP

Imóvel no Morumbi, bairro nobre da capital, foi invadida por homens armados

Titular da pasta do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior não estava, mas empregados ficaram reféns pelo grupo

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Quatro homens armados invadiram e assaltaram ontem de madrugada a casa do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, no Morumbi, bairro nobre da zona sul de São Paulo.
Os ladrões, que não usavam capuzes, roubaram jóias e dinheiro e fugiram num dos cinco carros que estavam na garagem. O ministro, a mulher dele e os filhos não estavam na casa quando os ladrões entraram, por volta das 5h30. Eles renderam duas empregadas, que chegaram com seus filhos, duas crianças. Ninguém foi agredido ou ferido.
A casa do ministro fica em uma rua sem saída, onde estão outros 26 imóveis. A área é protegida por uma portaria com segurança particular e câmeras de vigilância. Segundo a Polícia Civil, a ação durou 40 minutos. Eles não sabiam que o imóvel pertence a um ministro.
"Eles não são uma quadrilha organizada. Estavam dispostos a pegar a primeira pessoa que aparecesse", disse o delegado Wilson Roberto Zampieri, do 34º Distrito Policial, na Vila Sônia, onde o caso foi registrado.
Para entrarem no local sem serem vistos pelas câmeras de segurança da portaria, os assaltantes pularam os muros de uma obra, na avenida Giovanni Gronchi. Ela faz fundos com um terreno vazio, que dá acesso à rua da casa do ministro.
Ao chegar para trabalhar na casa do ministro na companhia da filha de cinco anos, a empregada doméstica Tania Regina Ody Mateus, 42, foi rendida pelos assaltantes e obrigada a abrir o portão do corredor lateral da casa. Segundo a polícia, um dos criminosos perguntou quem morava ali. "O ministro Miguel Jorge", teria dito Tania.
Por volta das 6h, chegou a cozinheira Luciane dos Santos Ferreira, 32, com o filho pequeno e o marido, que estava de carro. Quando os três entraram, Luciane, que caminhava na frente com o filho, foi rendida. Ao ver o bandido apontando a arma para a cabeça da mulher, seu marido correu e foi chamar a polícia. "Eu só pensei em Deus", disse Luciane. "Cinco minutos depois, os policiais vieram, mas os bandidos já tinham fugido com os bens."
Os quatro criminosos haviam levado as jóias e dinheiro (R$ 150 e alguns dólares), que estavam no quarto do ministro. Eles usaram um Golf, que estava na garagem, para fugir. Como o carro tem vidros escuros, o porteiro não teria visto quem queria sair do condomínio e permitiu sua passagem. A polícia investiga se houve facilitação por parte do funcionário.
"No ano passado, houve um arrastão em três casas. Eu mesma fui vítima. Hoje moro com nove cachorros para me proteger", reclamou a veterinária Chang Mei, 55, vizinha do ministro. Procurado, Miguel Jorge não quis comentar o caso.


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